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Quando se trata de investir em ações, não adianta fazer figa, pendurar amuletos no pescoço nem fazer promessa para São Judas Tadeu, o santo das causas desesperadas. Os altos e baixos da bolsa dependem de fatores internos e externos das companhias, que devem ser analisados minuciosamente pelos investidores antes de escolher os papéis mais adequados ao seu perfil pessoal. DINHEIRO ouviu analistas de nove corretoras e cada uma delas recomendou ações de baixo, médio e alto risco. Confira a seguir as mais citadas e a justificativa para a sua recomendação.

 

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CCR RODOVIAS ON (CCRO3)

Setor: concessões rodoviárias

Risco: baixo

 

Os especialistas apostam na continuidade de investimentos da CCR no Rio de Janeiro, que será um dos locais da Copa de 2014 e a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. “A companhia vai conquistar importantes ativos em 2013 durante as rodadas de leilões nacionais dos aeroportos internacionais e das rodovias federais”, afirma a equipe de analistas da Planner. “A CCR vai continuar capturando a aceleração do crescimento econômico via crescimento do tráfego de veículos pedagiados”, diz. Na avaliação da especialista da Concórdia, Karina Freitas, a empresa é uma concessionária com portfólio diversificado e contratos de concessões de estradas com viabilidade econômica e financeira garantida. “Outro ponto são os incentivos governamentais ao transporte e à logística”, diz Karina. 

 

 

 

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CIELO ON (CIEL3)

Setor: serviços financeiros

Risco: baixo

 

Mesmo com aumento da concorrência e pressão do governo para a redução das tarifas de transação, a Cielo continuará sendo líder, em um mercado estável, apresentando resultados consistentes, avalia Raphael Cordeiro, analista da Inva Capital. Segundo o economista William Alves, analista da XP Investimentos, o Banco Central atuará como incentivador da competição do setor, realizando o papel de guardião da eficiência do sistema e evitando mexer artificialmente nos preços praticados. “A Cielo está muito bem posicionada para absorver o impacto da entrada de novas concorrentes, especialmente considerando que é uma ótima pagadora de dividendos”, diz Alves. De acordo com Ignacio Fravega, gerente de análises da UM Investimentos, o mercado de cartões de crédito no Brasil continua se expandindo, o que deve beneficiar as ações da companhia. 

 

 

 

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SOUZA CRUZ ON (CRUZ3)

Setor: fumo

Risco: baixo

 

A Souza Cruz demanda apenas investimentos marginais e sua robusta geração de caixa é convertida, quase em sua totalidade, em proventos a seus acionistas, afirmam os especialistas. “Consideramos a Souza Cruz uma opção interessante para quem visa retornos por meio de dividendos e juros sobre capital próprio”, diz Sandra Peres, analista da Coinvalores. “É uma empresa líder de mercado, com produtos de alto consumo, que paga bons dividendos e com excelente volume negociado”, afirma o analista-sênior da TOV Corretora, Antônio Carlos Góes. ”Diante do histórico de remuneração aos seus acionistas mantemos a recomendação de compra em nossa carteira”, completa Henrique Kleine, analista da Magliano.

 

 

 

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ULTRAPAR ON (UGPA3) 

Setor: petroquímico

Risco: baixo

 

Especulações em torno da possível regulação da distribuição de combustíveis pelo governo federal pesaram negativamente sobre as ações da Ultrapar, mas não abalaram a indicação dos analistas do mercado. “Continuamos a ver com bons olhos o case da empresa e a acreditar nos seus sólidos fundamentos”, diz o economista William Alves, especialista da XP Investimentos. A equipe de analistas da Planner também acredita num resultado operacional crescente em 2013, da ordem de 20% para a geração de caixa medida pelo índice Ebitda, sustentada pela diversificação dos seus negócios: Ipiranga e Ultragaz na distribuição de combustíveis, Ultracargo na armazenagem de petróleo e derivados, e a Oxiteno na fabricação de especialidades químicas. Os investimentos realizados no crescimento orgânico e aquisições também devem refletir na melhora da rentabilidade e das margens operacionais da companhia.

 

 

 

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PETROBRAS PN (PETR4)

Setor: petróleo

Risco: médio

 

A expectativa dos analistas é de que os preços dos derivados de petróleo no mercado interno estejam em linha com os internacionais em 2013, dando fôlego para a empresa continuar investindo. No próximo ano, a Petrobras deve instalar quatro novas plataformas, somando 560 mil barris por dia à sua capacidade de extração de petróleo. De acordo com os analistas da Planner, esses investimentos vão contribuir para o esperado aumento da produção, que não se verificou nos últimos anos. “As expectativas são positivas, com a empresa focando em cortes de custos”, afirma Ignacio Fravega, gerente da área de análises da UM Investimentos.

 

 

 

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PÃO DE AÇÚCAR PN (PCAR4)

Setor: varejo

Risco: médio

 

O Grupo Pão de Açúcar é apontado pelos especialistas como um dos poucos casos de empresas claramente beneficiadas pelo atual cenário macroeconômico do País, ganhando com ou sem inflação, queda na taxa de juros e com os movimentos indutores de consumo do governo federal. “Um dos destaques das operações foi o segmento de autosserviço atacadista, com forte expansão na geração de caixa. Seguimos satisfeitos com o modelo de negócios da rede, que desfruta de posição vantajosa em relação aos demais concorrentes de varejo”, diz William Alves, analista da XP Investimentos.

 

 

 

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ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4)

Setor: bancos

Risco: médio

 

O Itaú Unibanco teve um 2012 difícil, principalmente pela pressão do governo em baixar juros e tarifas bancárias, bem como a inadimplência mais alta do primeiro semestre. “Com a tendência de juros estáveis e de recuperação econômica, além da continuidade da melhora operacional, o Itaú Unibanco deverá se sair bem em 2013”, afirma o especialista em investi­mentos Raphael Cordeiro, da Inva capital. O analista da XP Investimentos, William Alves, também optou por adotar uma recomendação atrativa para a instituição. “Acreditamos que as intromissões de Brasília no setor bancário estejam próximas do esgotamento em termos de alternativas para pressionar as instituições”, diz.

 

 

 

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VALE PNA (VALE5)

Setor: mineração

Risco: médio

 

A recuperação do setor, com estimativas de melhora no preço do minério de ferro e maior crescimento da economia chinesa, tornam a indicação da ação da mineradora atrativa, de acordo com a analista Karina Freitas, da corretora Concórdia. Além disso, a empresa apresenta forte geração de caixa, com baixo nível de endividamento. “Neste próximo ano, porém, alguns fatores podem influenciar negativamente o ativo, como: demanda por minério de ferro menor que a esperada, e possível decisão judicial desfavorável à empresa com relação aos impostos devidos”, afirma William Alves, analista da XP Investimentos.

 

 

 

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OGX ON (OGXP3)

Setor: petróleo 

Risco: alto

 

O otimismo exagerado e falhas na comunicação com o mercado fizeram com que a ação despencasse em 2012, mas dois poços já produzem petróleo e mais um deverá começar a produzir ainda neste ano. “Em 2013 mais duas plataformas devem entrar em operação, o que elevará a produção da companhia e deixará os investidores um pouco mais confiantes”, afirma Raphael Cordeiro, da Inva capital. O próximo ano será decisivo. “Como a empresa ainda está em fase inicial de suas operações, o desempenho das ações dependerá exclusivamente do sucesso em descobrir hidrocarbonetos em seus poços, o que pode trazer grandes retornos, porém com elevado grau de risco”, diz William Alves, analista da XP Investimentos.

 

 

 

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SUZANO PNA (SUZB5)

Setor: papel e celulose

Risco: alto

 

O principal risco em relação à Suzano está em seu alto endividamento, garantem os especialistas. O investimento em novas unidades, num período em que o mercado internacional está patinando, acabou comprometendo a sua geração de caixa. “Com a gradativa evolução da perspectiva para o setor e o endividamento sendo paulatinamente controlado, vemos oportunidade para as ações da companhia acabarem com o ‘descasamento’ entre elas e as das outras empresas do setor”, afirma Sandra Peres, analista da Coinvalores. Outro ponto que pode ajudar na valorização das ações da Suzano, de acordo com Paulo Roberto Esteves, analista-chefe da corretora Gradual, é o retorno da ação à carteira teórica do Ibovespa em setembro. “Tal evento deverá elevar a liquidez do papel, com pressão compradora por parte dos fundos indexados ao índice”, diz.