28/09/2013 - 7:00
O nome Metso diz muito pouco para os brasileiros, de modo geral. Mas, entre os executivos do segmento de papel e celulose, energia e mineração, a fabricante finlandesa de equipamentos é uma espécie de figurinha carimbada. Com produção e venda de máquinas que funcionam como o coração de projetos nessas áreas, a empresa obteve uma receita global de € 7,5 bilhões no ano passado, dos quais € 873 milhões no Brasil, graças aos projetos de construção e ampliação de fábricas de papel e celulose ocorridos na última década. “O Brasil é nosso mercado prioritário”, diz Celso Tacla, presidente da Metso Paper South America, a subsidiária da divisão de equipamentos para os setores de celulose e energia do grupo, baseada em Araucária, região metropolitana de Curitiba.
Celso Tacla, CEO: “A expectativa é de que os novos negócios alcancem
a casa dos bilhões de euros no futuro próximo”
Uma boa amostra disso é que o executivo recebeu sinal verde para prospectar novas oportunidades de negócios por aqui. Uma delas é a venda de máquinas destinadas à produção de etanol de segunda geração, que é o combustível extraído a partir de restos florestais como palha e até a madeira deixada de lado na colheita. “Novos negócios como esse podem gerar entre € 100 milhões e € 150 milhões em termos globais”, afirma Tacla. “Mas a expectativa é que alcance a casa dos bilhões de euros.” O equipamento, que começa a ser comercializado nos 50 países onde a Metso atua, é derivado do maquinário fornecido atualmente às papeleiras. A aposta em novos nichos, em termos globais, é tão importante que a direção mundial da Metso vai fazer a divisão de celulose, papel e energia, transformando-a
em uma nova empresa, a Valmet.
A exploração pela Metso da biomassa na geração de energia não para por aí. Como o etanol de segunda geração ainda é uma promessa, a companhia também está investindo na produção de caldeiras para termelétricas. Com a necessidade de manter a matriz energética brasileira limpa, para cumprir acordo de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2), são esperados novos investimentos nessa área. “Se forem criadas entre cinco e dez usinas novas por ano no Brasil, isso poderá gerar negócios entre € 150 milhões e € 250 milhões”, diz Tacla. Com essas oportunidades, a empresa pretende continuar sendo relevante para a indústria local, mesmo que seu nome se mantenha desconhecido para boa parte da população.