Depois de pedir precocemente a cabeça do ministro Guido Mantega, no final de 2012, e, em junho do ano seguinte, ironizar sua permanência no governo Dilma Rousseff, a revista britânica The Economist, acaba de declarar apoio explícito ao candidato tucano Aécio Neves. “O senhor Aécio Neves merece ganhar. Ele realizou uma campanha obstinada e provou que suas políticas econômicas podem funcionar”, afirma o texto publicado na edição de 18 de outubro.

A revista dedica a reportagem de capa às eleições presidenciais do Brasil e seu editorial explica as razões pelas quais o País precisa de mudanças: “Eleitores devem descartar Dilma e eleger Aécio”, opina, citando a atual estagnação na economia. Em setembro, o veículo britânico publicou a matéria “Melhor que a Ucrânia”, que alertava sobre o risco de recessão na economia brasileira. Durante entrevista coletiva realizada na quinta-feira 16, em São Paulo, Dilma Rousseff afirmou que tanto as revistas internacionais quanto as nacionais têm direito de tomar sua decisão política e declará-la aos seus leitores.

“Sei qual é a filiação da The Economist, todo mundo sabe. Ela é ligada ao sistema financeiro internacional”, rebateu. Para Adriano Gianturco, doutor em ciência política e professor da Ibmec Minas Gerais, embora partidos considerados de esquerda sejam malvistos pelos europeus, as críticas feitas pela revista foram apoiadas em argumentos econômicos. Gianturco afirma ainda que os efeitos da matéria são incertos: “Podem ser tanto negativos como positivos para a candidata”, diz. Os próximos dias serão decisivos na disputa. Na sexta-feira 17, Aécio recebeu novo apoio de Marina Silva. Ela também concorda com a The Economist.