05/02/2016 - 17:00
Em dezembro, os números prévios referentes ao tráfego aéreo da Gol ficaram quase todos no vermelho. Essa turbulência, porém, não foi suficiente para derrubar os indicadores de 2015, que atingiram as metas estabelecidas. No ano, a demanda doméstica cresceu 1%, e a internacional avançou 3%. Os números positivos, divulgados na segunda-feira 1, reforçaram o interesse dos investidores pela companhia, cujas ações se valorizaram 81,5% ao longo de cinco pregões. Somente no primeiro dia de fevereiro, os papéis da empresa comandada por Paulo Kakinoff avançaram 50,32% e alcançaram R$ 2,30. Por trás desse movimento, está a especulação de que a americana Delta possa aumentar a sua participação na companhia aérea brasileira, hoje em 0,6%, após a notícia de que o governo estuda abrir a aviação doméstica ao capital internacional. “Ao que tudo indica, a Gol e seus acionistas estão tentando determinar como recapitalizar o balanço”, escreve Stephen Trent, da equipe da Citi Corretora, em relatório distribuído a clientes. Procurada, a Gol disse que não comenta boatos de mercado.
Touro x Urso
Por causa do feriado de carnaval, as notícias vindas de fora darão o tom da próxima semana. Os investidores devem ficar atentos aos desdobramentos da possibilidade, cada vez mais remota, de os países produtores de petróleo reduzirem a oferta mundial da commodity. A expectativa é que o impasse continue a pressionar os índices acionários.
Drogaria
Raia Drogasil, a queridinha do mercado
Em janeiro, o mau humor do mercado se traduziu no maior tombo do Ibovespa desde 2014. Das 61 ações negociadas no pregão, 44 se desvalorizaram, com destaque para a lanterninha Rumo Log ON, que caiu 69,71%. Na contramão desse movimento, está a Raia Drogasil ON, que teve a maior avanço do período, de 16,91%. Segundo analistas da Magliano, os papéis devem continuar se valorizando, o que explica a sua presença na carteira recomendada mensal da corretora. O interesse dos investidores aumentou ainda mais depois do anúncio, na segunda-feira 1, de que a empresa vai emitir recibos de ações, nos EUA, para promover liquidez. Resultado: alta de 9,8% dos papéis entre os dias 1 e 2 de fevereiro.
Frigorífico
BRF se universaliza
A BRF Invicta Limited, controlada da BRF, comprou, na segunda-feira 1, a distribuidora de alimentos britânica Universal Meats, por 34 milhões de libras esterlinas (R$ 195 milhões). A aquisição permitirá à BRF ampliar a carteira de clientes no segmento de food service no Reino Unido. No ano, as ações recuam 12,5%.
Papéis avulsos
Cielo cresce menos em 2016
Rômulo Dias, presidente da Cielo, avalia que a companhia deverá crescer menos do que o mercado em 2016. Ele espera que o volume financeiro da indústria avance entre 5,5% e 7,5%. “A Cielo, por questões estatísticas, deve ficar abaixo disso”, disse Dias, na terça-feira 2, ao apresentar os resultados. Em 2015, o volume financeiro da empresa avançou 5,9%, para R$ 548 bilhões, impulsionado pela alta de 9,5% no número de transações. Com isso, o lucro líquido cresceu 9,1% para R$ 3,5 bilhões e a receita líquida saltou 44% para R$ 11,1 bilhões. Para Mario Mariante, analista da Planner, a receita gerencial líquida de antecipação de recebíveis foi o destaque dos resultados, ao somar R$ 1,25 bilhão.
Palavra do analista:
Segundo Eduardo Rosman, analista do BTG Pactual, o resultado da Cielo em 2015 foi “decente”, apesar de o quarto trimestre ter decepcionado. “A empresa poderia ter feito mais principalmente no front de custos”, escreve o especialista, em relatório distribuído a clientes.
Investimentos
Bolsa de olho na inflação
Em tempos de inflação de dois dígitos e imprevisibilidade econômica, não é raro ver investidores trocando suas posições em ações por títulos de renda fixa. Atentas a esse movimento, a BM&FBovespa e a S&P Dow Jones Indices lançaram, na sexta-feira 29, o indicador S&P/BM&F Inflação NTN-B, que acompanha o desempenho dos papéis de maior liquidez indexados ao IPCA (NTN-B) emitidos pelo Tesouro Nacional. A ideia é que ele se torne mais uma opção para os gestores criarem produtos referenciados. Na estreia, o retorno anualizado do novo índice foi de 10,88%.
Mercado em números
Aliansce
R$ 8,4 bilhões - Foi o volume de vendas nos shoppings da empresa em 2015, uma alta de 0,3% em relação ao ano anterior.
CSN
R$ 2 bilhões - É quanto a companhia precisa vender de ativos para evitar fluxo de caixa negativo em 2016, de acordo com a agência de rating Fitch.
BR Pharma
R$ 400 milhões - Foi o aumento de capital aprovado pelo Conselho de Administração, na sexta-feira 29. Serão emitidas 105,8 milhões de ações, a R$ 3,78 cada.
Sabesp
R$ 32,6 milhões - Foi o total recuperado pela companhia de saneamento em 2015. Ao todo, foram identificadas 19,2 mil fraudes envolvendo desvio de água, no ano passado.
Smiles
12 – É o novo número de companhias aéreas parceiras. A mais recente a integrar essa lista é a Air Canada.