09/08/2013 - 21:00
O banco holandês ABN Amro tem um longo histórico no Brasil. Ele abriu sua primeira subsidiária por aqui em 1916 para financiar o comércio exterior, ainda como Banco Holandês Unido. O ABN tornou-se mais conhecido em 1998, ao adquirir o Banco Real. A ausência de problemas graves na incorporação e a adoção de uma estratégia de comunicação que dava ênfase à sustentabilidade tornaram o banco simpático aos olhos do cliente. Ao ser incorporado pelo Santander em 2007, o ABN deixou saudade – na medida em que alguém pode sentir saudade de um banco, claro.
Richard Torken, CEO: foco em energia, commodities e transporte
O sentimento é recíproco. Os acionistas do ABN também suspiravam com as lembranças do Brasil. Eles compraram o real por US$ 2,1 bilhões e o revenderam pelo equivalente, em euros, a US$ 26,5 bilhões, um ganho de 1.160%. “Foi o investimento internacional mais rentável do grupo em toda a sua história”, diz o holandês Richard Torken, principal executivo do banco no País aqui. Agora, a intenção do ABN é voltar ao mercado. Depois de manter um escritório de representação após a venda para o Santander, o banco formalizou seu retorno por meio da compra de algumas atividades da gestora de recursos e banco de investimentos carioca CR2, fechada em outubro do ano passado e aprovada no dia 31 de julho.
O foco das atividades será o financiamento ao comércio exterior e a clientes dos setores de energia, commodities agrícolas e transporte. Segundo o executivo, o banco tem experiência no financiamento de plataformas de petróleo e vai entrar nesse mercado. Os recursos ainda são pequenos. Os ativos são de US$ 2 bilhões, todos contabilizados fora do Brasil, e que serão repatriados agora que o banco obteve autorização para funcionar. “Agora vamos começar o trabalho de integração”, diz Torken, em seu português quase sem sotaque. “Muitos anos de Brasil.”