26/08/2016 - 12:00
Ser jovem, bonita e de família rica são atributos que lançam muitas mulheres ao estrelato nas colunas sociais da high society. Mas a mineira Raquel Mattar, 25 anos, prefere brilhar, como empreendedora, nas páginas de economia e negócios. Ela é filha de Eugênio Mattar, fundador e CEO da Localiza, maior rede de aluguel de veículos da América do Sul, com receita de R$ 3,9 bilhões em 2015 e R$ 8,7 bilhões em valor de mercado. E, como o pai, sempre demonstrou tino para os negócios. Atualmente, ela comanda sua própria grife, a RM Raquel Mattar. Inaugurada há cinco anos, a empresa atingiu faturamento de R$ 2,5 milhões em 2015, segundo ela. Mas não se engane. A aposta de Raquel no mundo da moda não contou com o apoio – nem moral, nem financeiro – de seu pai, que a aconselhava a buscar uma carreira mais tradicional, como arquitetura ou administração. “Por um lado, foi bom”, afirma. “Tive que me virar, sem ficar presa a nenhum caminho que ele tenha escolhido.”
A ideia de criar uma grife surgiu, segundo ela, de forma espontânea. Sua mãe, a empresária Greyce Goes Giordani, manteve por alguns anos uma loja de roupas multimarcas em Belo Horizonte. Foi lá que, além da afinidade com os negócios, descobriu a vocação pela moda. “Todos os dias, depois da escola, ia lá para desenhar novos estilos.”
A teimosia de Raquel, que buscou seus próprios caminhos no universo fashion com o incentivo da mãe, no início a contragosto do pai, hoje são apenas lembranças. Atualmente, Raquel e a família participam do conselho de administração da Localiza, e absorve os conhecimentos do pai. “Isso tem me ajudado mundo nos negócios”, diz ela. “Semestralmente, faço reuniões com meu pai e apresento números e estratégias”. As peças criadas pela estilista vão desde o estilo street até o clássico. As coleções incluem calças, vestidos, camisas e até biquínis, de R$ 250 até R$ 8 mil.
Mas Raquel planeja voos mais altos para sua marca. Embora já esteja nas vitrines de mais de 20 lojas multimarcas pelo País, como no Shop LixMix, no Rio de Janeiro, e Lolitá, em Goiânia, o plano é expandir ainda mais a rede. Além da matriz, em Belo Horizonte, ela inaugurou em junho a primeira unidade na capital paulista, no bairro dos Jardins, na tentativa de ganhar força no concorrido mercado da moda. Afinal, como sobrenome não é garantia de sucesso, o plano de expansão precisará ser bem definido. “O sobrenome ajuda na divulgação do negócio, mas precisa ter um diferencial”, afirma Mauricio Morgado, coordenador de Excelência em Varejo da FGV/EAESP. A julgar pelos planos de expansão, Raquel sabe disso. “Nosso objetivo hoje é trabalhar a loja de São Paulo e, em breve, partir para o mercado internacional”. Desta vez, com a bênção e o entusiasmo do pai.