O iTunes, da Apple, é a maior loja de músicas do planeta. Mas seu modelo se baseia no download, que está se transformando em algo tão arcaico quanto o telefone fixo. Na área de streaming, a companhia da maçã está atrasada e só agora tentará um lugar ao sol com o seu Apple Music, que será lançado em 30 de junho. Durante três meses, o serviço será gratuito para todos os usuários. Só depois, o consumidor pagará uma mensalidade de US$ 10. Nesse período, os artistas não seriam remunerados. Dado o poder da Apple, pouca gente ousaria levantar a voz contra a empresa comandada por Tim Cook.

Uma das raras exceções fica por conta da cantora americana Taylor Swift. A sensação pop do momento usou a internet para criticar o não pagamento de artistas no período gratuito do Apple Music. “Não é certo que a Apple nos faça trabalhar de graça por três meses… Não pedimos iPhones de presente”, escreveu Taylor, em carta aberta, publicada na rede social Tumblr, no domingo 21. “Digo isso não por mim, que recebo em meus shows o suficiente para sustentar minha equipe, mas pelos artistas iniciantes, que ficarão três meses sem receber.” Com isso, Taylor conseguiu o improvável.

A todo-poderosa Apple, a empresa mais valiosa do planeta, recuou no dia seguinte e disse que vai pagar os artistas durante o período de gratuidade do Apple Music. Não foi por causa das lindas e longilíneas pernas de Taylor que a Apple voltou atrás. A cantora americana é uma força da natureza do show business. Em uma época de vacas magras, seu novo disco “1989”, lançado o ano passado, vendeu 1,28 milhão de cópias, em sete dias, o maior sucesso dos últimos 15 anos, desde que Britney Spears alcançou 1,32 milhão de cópias com seu álbum ‘Oops! … I Did It Again’.

Além disso, ninguém fatura mais do que Taylor no mundo digital. Isso dá a ela imenso poder de barganha. Para a Apple, que estreia um serviço novo, não seria de bom tom desagradar à todo-poderosa da música digital. Não é também a primeira vez que Taylor briga com uma plataforma de música digital. A loira solicitou que seus álbuns fossem retirados do portfólio da sueca Spotify, em novembro de 2014, por não concordar com a remuneração média praticada pela empresa, de US$ 0,007 por faixa executada. “É mais vantajoso deixar meu novo álbum exclusivamente em lojas físicas”, afirmou ela, na ocasião.