27/08/2015 - 18:00
A evolução dos meios de transporte levou a humanidade a encurtar as distâncias. O crescimento dos centros urbanos, por outro lado, tornou os deslocamentos curtos um verdadeiro martírio. Esse é um dos grandes dilemas da vida moderna. Como é possível levar mais tempo para ir de táxi do centro da cidade de São Paulo ao Aeroporto de Congonhas, um percurso de pouco mais de 10 km, do que para percorrer de avião os 400 km que separam a capital paulista do Rio de Janeiro? A questão é que, frequentemente, utiliza-se o transporte errado. É com esse pensamento que a alemã ThyssenKrupp, uma das maiores fabricantes de elevadores do mundo, quer transformar as esteiras rolantes, como as utilizadas em terminais aéreos e metrôs, em meios de locomoção urbana. “Caminhar é, muitas vezes, a melhor opção para chegar a algum lugar”, afirma Andreas Schierenbeck, chairman do conselho executivo da divisão de elevadores do grupo, que também atua nas áreas de siderurgia e componentes industriais. “Precisamos é andar mais rápido.”
Para acelerar o passo, a companhia desenvolveu uma esteira capaz de transportar as pessoas a uma velocidade de até 12 km/h, mais de quatro vezes superior a de uma caminhada normal. Segundo a CET, órgão fiscalizador do trânsito de São Paulo, a velocidade média das marginais Pinheiros e Tietê, principais vias expressas da cidade, no período da tarde, costuma variar entre 12km/h e 20km/h. A esteira da Thyssen utiliza um sistema de plataformas magnéticas, que se aproximam e se afastam conforme o pedestre caminha. A velocidade acelera e desacelera aos poucos, permitindo a entrada e a saída do equipamento com segurança. Cálculos da fabricante estimam que é possível aumentar a área de influência do metrô em até 30% com o uso da esteira, que pode cobrir uma distância de 1,5 km.
O mercado de esteiras rolantes vem crescendo no Brasil, juntamente com o avanço das privatizações dos aeroportos e das construções de estações do metrô. A Thyssen, inclusive, foi responsável pela instalação do conjunto de esteiras que liga as estações Consolação, da Linha Verde, e Paulista, da Linha Amarela do metrô de São Paulo. Essa não é a primeira tentativa de se produzir r uma esteira superveloz. Em Paris, uma experiência no metrô foi encerrada em 2009, após problemas técnicos.