02/10/2015 - 20:00
Em um movimento surpreendente para o mercado, a Petrobras, de Aldemir Bendine, anunciou, na terça-feira 29, um reajuste nas refinarias de 6% para a gasolina e de 4% para o óleo diesel. O aumento de preços, o primeiro desde novembro passado, deverá ajudar a melhorar a geração de caixa da estatal, que tem de lidar com um endividamento pesado, que já a obrigou a adiar ou reduzir investimentos previstos para os próximos anos. A elevação de preços acontece após um reajuste de 15% do gás de cozinha, em agosto. A reação do mercado foi de quase euforia: as ações preferenciais avançaram 8,5% na quarta-feira 30, mas recuaram um pouco no pregão seguinte, devido à realização de lucros. Mesmo com o aumento, a estatal continua sob pressão dos investidores.
Shoppings
Iguatemi investe no Pátio
A administradora de shopping centers Iguatemi, da família Jereissati, anunciou, na quinta-feira 1, a compra de 8,4% do Shopping Pátio Higienópolis, por R$ 125 milhões. As ações pertenciam à fundação Conrado Wessel. Com isso, a Iguatemi passará a ter 11,2% do shopping. No ano, as ações da Iguatemi caem 15,5%.
Touro x Urso
A especulação sobre o futuro da economia chinesa e sobre a reforma ministerial dominou a virada do quarto trimestre. O movimento, porém, tem permanecido fraco e deverá continuar assim nas próximas semanas.
Siderurgia
CSN paga dívidas
A CSN, chefiada por Benjamin Steinbruch, está atacando suas dívidas. O passivo total da siderúrgica está estimado em R$ 37 bilhões. Descontando-se o caixa, a fatura a pagar soma R$ 21 bilhões. Cerca de R$ 5 bilhões vincendos nos próximos dois anos junto ao BB e à Caixa, foram rolados para períodos entre 2018 e 2022. Com isso, as ações subiram 4,5%, em setembro.
Quem não vem mais lá
Caixa desiste do IPO
Agora é oficial. Devido ao cenário desaminador do mercado e à redução do apetite dos investidores, a Caixa anunciou, formalmente, na quinta-feira 1, que adiou a abertura de capital de sua subsidiária Caixa Seguridade. O adiamento já vinha sendo precificado pelos investidores, com impacto imediato e fortíssimo sobre as ações da Par Corretora de Seguros, também controlada pelo banco estatal. Listada em bolsa em junho, a Par viu suas ações caírem 26%, desde a abertura de capital. O adiamento é uma notícia ruim para Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, que imaginava captar até R$ 10 bilhões com a venda das ações da Caixa Seguridade. No entanto, o processo de abertura de capital do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), está mantido.
Papéis avulsos
Lição dura para as faculdades
As instituições de ensino superior estão tendo de aprender uma lição duríssima em 2015: como obter a aprovação dos investidores sem contar com o reforço das verbas do Fies, programa do governo federal destinado a financiar os cursos universitários privados. Segundo dados do sindicato das escolas de nível superior, o Semesp, as matrículas no primeiro semestre caíram 30%, em relação a 2015. “O cenário está desafiador, e temos de nos esforçar para manter clara a comunicação com o acionista”, diz Pedro Gomes, gerente de Relações com Investidores da Kroton. Com uma queda de 50% em 2015, as ações da Kroton são as de melhor desempenho na bolsa. Concorrentes como Anima e Ser Educacional viram seus papéis cair mais de 70%.
Palavra do analista:
Para a equipe de analistas da Toro Radar, a Kroton tem apresentado bons resultados e, apesar do risco oferecido pelas mudanças nas políticas governamentais, o setor educacional é, no longo prazo, resiliente à desaceleração da economia
Mercado em números
JBS
87,6 milhões - É o total de ações do frigorífico da família Batista que estavam na tesouraria e que foram canceladas, no âmbito do programa de recompra de ações
EZTEC
5,5 milhões – É o número de ações ordinárias da construtora e incorporadora que poderão ser adquiridas em um programa de recompra. A empresa não informou as datas
TOTVS
1,6 milhão – É o total de ações da empresa de software de gestão que poderão ser adquiridas em um programa de recompra, até setembro de 2016
VALE
US$ 1,5 bilhão – É o valor que será distruibuidos em proventos aos acionistas em 2015, uma redução de 50% em relação ao anunciado em janeiro
CEB
R$ 224 milhões – É o valor do aumento do capital social da Companhia Energética de Brasília, que passou para R$ 566 milhões