22/09/2010 - 21:00
Balsas, no Maranhão, Areado, no sul de Minas Gerais, e Novas Russas, no Ceará. O que essas três cidades têm em comum? Além de ficar longe de grandes centros urbanos, elas carecem de infraestrutura tecnológica para fornecer banda larga para os seus poucos habitantes. É fácil entender esse drama.As empresas de telefonia não veem retorno financeiro nestes pequenos municípios. Foi pensando nisso que empresários da região de Lagoa Santa, Minas Gerais, tiveram uma ideia simples: por que não unirem forças para negociar com as operadoras de telecomunicações e conseguir preços melhores para todos?
João José Ranzini: ele está de olho nos provedores de internet do interior do Brasil
Surgia aí, em 2006, a Unotel Telecom, uma empresa que compra banda larga no atacado e vende no varejo para pequenos provedores de 18 Estados brasileiros. “Chegamos aonde as outras operadoras não têm interesse”, diz João José Ranzini, presidente da empresa, que fatura mais de R$ 20 milhões por ano.
Com quatro anos de vida, a Unotel atende 300 provedores, cuja soma de clientes atinge 1,5 milhão de pessoas. Esse número a coloca na quarta posição no ranking de banda larga no Brasil, atrás apenas das gigantes Oi, NET e Telefônica e à frente da GVT, que foi comprada pela francesa Vivendi por R$ 7 bilhões em novembro do ano passado.
Como compra em grandes volumes, ela consegue oferecer preços até 25% menores. Observe o caso da NipponTec, localizada em Balsas, a 800 quilômetros de São Luís, no Maranhão. “Fiquei por dois anos esperando por uma conexão”, diz José Ulisses, diretor do provedor que tem apenas 370 clientes. A IP3 Tecnologia, baseada em Areado, cidade com apenas 15 mil habitantes, vive situação diferente. Na região em que atua, ela conta com as operadoras Oi, CTBC, Embratel e Global Crossing, mas o custo era alto.
“Com a Unotel, consigo ter preços mais competitivos”, assegura Laerpe Fernandes Ferreira, sócio da empresa que atende duas mil pessoas. A VexNet, com sede em Novas Russas, se sentia desprezada pelo seu fornecedor. Toda vez que precisava de um serviço, a operadora com quem ela trabalhava demorava mais de 60 dias para fazer o trabalho. “Agora, está tudo mais fácil e menos burocrático”, afirma Cláudio Bezerra, sócio do provedor que está em 17 cidades e conta com 1,6 mil clientes.