29/11/2013 - 21:00
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, atual coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, é mestre em desfiar rosários de definições sobre a agricultura e a pecuária do País. São de seu fino senso de humor tacadas memoráveis, entre elas a de que todos os equívocos cometidos em relação à importância do homem do campo começaram logo no descobrimento do País, na carta escrita por Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, dom Manuel.
PREMIAÇÃO RURAL: (da esq. para a dir.) o consultor José Luiz Tejon Megido; o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra;
o presidente do Conselho Científico de Agricultura Sustentável, José Otávio Menten; o diretor editorial adjunto da Editora Três,
Luiz Fernando Sá; o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues; o diretor editorial da Editora Três, Carlos José Marques;
o vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, Jovelino Mineiro; o vice-presidente da Associação Nacional
de Criadores e Pesquisadores, Carlos Viacava; o diretor de núcleo da Editora Três, Milton Gamez; e o presidente do Instituto
Universal de Marketing em Agribusiness, José Américo
O escriba real dizia que “nesta terra achada em se plantando tudo dá”, o que, segundo Rodrigues, foi o primeiro dos equívocos sobre o País. O Brasil possui boas terras em apenas 7% de seu território de 8,5 mil quilômetros quadrados. O restante delas necessita de muito fertilizante, manejo adequado e tecnologia. “Não é o acaso que está colocando o Brasil como o grande provedor de alimentos do mundo, e sim a competência dos empreendedores rurais”, disse Rodrigues na noite de 26 de novembro, em São Paulo, durante a entrega dos prêmios aos vencedores do inédito ranking AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL, da Editora Três.
Empresa do ano: o presidente da Cargill, Luiz Pretti, recebe de Carlos José Marques
o troféu de Empresa do Ano no Agronegócio
“Tenho 50 anos de militância nesta área e gostaria de ver o Brasil acordar para essa realidade se orgulhando do trabalho do homem no campo”, afirmou. “Iniciativas como a da Editora Três, de mostrar o agronegócio, fortalecem essa ideia”, afirmou Rodrigues a uma plateia de cerca de 500 produtores rurais, empreendedores, banqueiros, executivos e representantes de entidades setoriais que prestigiaram a cerimônia. Num evento marcado pelo otimismo com as perspectivas dos negócios no campo e na indústria de alimentos, foram distribuídos troféus às empresas que participaram do prêmio.
Autoridade: o ex-ministro Roberto Rodrigues ressaltou a importância do agronegócio na economia
e elogiou o papel da revista DINHEIRO RURAL no setor
A Cargill foi eleita a EMPRESA DO ANO NO AGRONEGÓCIO, depois de vencer também a categoria Agronegócio Direto. A Ambev venceu em Agronegócio Indireto, a Comigo em Cooperativas Agrícolas e a Aurora em Gestão de Cadeia Produtiva. Também foram homenageadas as empresas campeãs em 17 setores e os dez Destaques da Pecuária (leia os quadros e a edição da DINHEIRO RURAL, nas bancas). A iniciativa reflete a pujança econômica do agronegócio no País, afirmou o diretor editorial da Editora Três, Carlos José Marques.
“As apostas firmes e corajosas de quem empreendeu no campo, a despeito das dificuldades e intempéries, fizeram e fazem a diferença em nosso País”, disse Marques. Lançada pelo editor e diretor responsável da Editora Três, Domingo Alzugaray, a DINHEIRO RURAL comemora dez anos em 2014 e virou referência dos empresários e executivos do campo. “O ranking AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL consolida o sucesso e marca uma nova fase da revista”, diz Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três.
Pela primeira vez, uma publicação avalia as empresas do agronegócio de uma forma tão ampla, considerando desde indicadores financeiros até o papel das companhias na integração da cadeia produtiva. Na última década, as riquezas geradas no campo tomaram uma dimensão tão espetacular que passaram a ser a principal âncora da balança comercial. O saldo do setor, que era de US$ 20 bilhões em 2002, no ano passado foi de US$ 79 bilhões.
O PIB agrícola, que em 2002 era de R$ 738 milhões, deve fechar 2013 em R$ 1,06 trilhão, segundo a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária. Como um dos maiores produtores e exportadores mundiais, o Brasil não tem espaço para amadorismos. Para Luiz Pretti, presidente da Cargill no Brasil, a ordem é investir. “Para 2014 estamos muito otimistas em relação à economia do País”, diz ele. “Mais do que estivemos neste ano.”