19/08/2016 - 20:00
Durante os últimos meses do governo Dilma Rousseff, havia um consenso entre os analistas de que a crise política apresentava danos maiores ao País do que a própria recessão econômica. Assim que for aprovado o impeachment, como se prevê, essa página será virada e o foco do governo migrará para outros temas que são fundamentais para recolocar o País nos trilhos do crescimento. Na noite da segunda-feira 15, em premiação promovida pela Ordem dos Economistas do Brasil, a DINHEIRO ouviu 10 especialistas sobre qual deveria ser o cardápio de medidas urgentes do presidente Michel Temer, assim que for efetivado no cargo. Confira as sugestões:
“A primeira medida é levar às lideranças do Congresso um cronograma do ajuste fiscal, dos investimentos em infraestrutura e do setor externo”
Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, eleito* Economista do Ano
“A prioridade é trazer a sociedade e o Congresso para um debate sobre a geração de empregos. Para isso, será preciso propor ajustes impopulares”
Eduardo Velho, da A2A INVX Asset, eleito* Economista-chefe do Ano
“O presidente Temer deveria ir pessoalmente ao Congresso Nacional, num ato simbólico, para negociar a aprovação do ajuste fiscal”
Manuel Enriquez Garcia, presidente da Ordem dos Economistas do Brasil
“O foco principal é batalhar pela recuperação do grau de investimento. Para isso, as reformas estruturais são fundamentais”
Luiz Roberto Calado, diretor da BRAiN investimentos e negócios
“A primeira medida é intensificar a negociação com os parlamentares para a aprovação do teto dos gastos públicos e a flexibilização das regras trabalhistas”
Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo
“O ideal seria anunciar uma medida de impacto, sem depender do Congresso Nacional, como um ambicioso plano de privatizações”
Heron do Carmo, professor da FEA-USP
“Para atender às expectativas do mercado, a prioridade é encaminhar a reforma da Previdência e as mudanças na CLT”
André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos
“Temer deve diminuir drasticamente o tamanho do Estado, reduzindo ministérios e demitindo funcionários”
Afonso Arthur Neves Baptista, conselheiro do Corecon-SP
“O mais urgente é negociar a aprovação do teto dos gastos e encaminhar a reforma da Previdência, sem concessões políticas”
Roberto Macedo, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda
“A prioridade é a reforma da Previdência, propondo novas regras para os trabalhadores que ainda vão ingressar no mercado”
Helio Zylberstajn, professor da FEA-USP
* Premiação da Ordem dos Economistas do Brasil