11/04/2014 - 21:00
A última grande inovação no setor de supermercados foi a introdução do código de barras, na década de 1980, pela rede americana Walmart, maior varejista do mundo. A maneira como as pessoas fazem suas compras do dia a dia, no entanto, permanece inalterada há mais de meio século. Essa realidade está prestes a mudar. Varejistas como a gigante do comércio eletrônico Amazon e o Pão de Açúcar, líder do setor no Brasil, preparam inovações que prometem revolucionar as compras do mês e aposentar o velho carrinho de supermercado. A ideia é substituir as gôndolas pela internet. Essa corrida para tirar partido da grande rede da informação não é tão recente. O Pão de Açúcar, por exemplo, possui um serviço de comércio eletrônico desde o início dos anos 2000.
Mas as vendas online de alimentos e outros bens de consumo nunca decolaram. Na semana passada, a Amazon apresentou uma novidade que promete esquentar a disputa. Trata-se de um dispositivo que permite ao consumidor ler o código de barras das mercadorias em sua própria casa. A lista de compra é enviada diretamente à varejista, que a entrega na casa do cliente. Chamado de Dash, o aparelhinho trabalha conectado à AmazonFresh, loja de alimentos da gigante americana que, por enquanto, opera no Estado da Califórnia e na cidade de Seattle, nos Estados Unidos. Com o Dash, a Amazon espera eliminar o que, em sua visão, é uma das principais barreiras para a compra online: a necessidade de digitar.
Varejo digital: o drive thru da rede Pão de Açúcar (primeira foto)
e o Amazon Dash (foto redonda abaixo): inovações que prometem revolucionar
a maneira como as pessoas fazem as compras do dia a dia
“Seria ótimo não usar o teclado do celular nunca mais”, afirmou Paul Cousineau, diretor de mobilidade da companhia, em entrevista ao site americano Recode. “Nosso objetivo é fazer nossos clientes irem do ‘eu quero’ para o ‘eu comprei’ em menos de 30 segundos.” Varejistas tradicionais também estão de olho nesse filão. Desde o ano passado, o Pão de Açúcar testa uma nova maneira de fazer a entrega dos alimentos: o drive thru. A compra é feita pela internet ou pelo celular. Em três horas, o cliente pode passar na loja e pegar suas mecadorias, sem sair do carro. “A internet vai ganhar importância, mas o consumidor quer opções”, afirma Edson Kawabata, diretor de estratégia do grupo. “Há quem goste de ir ao mercado e quem prefira usar a internet, por isso vamos atender os dois.”