13/12/2013 - 21:00
A indústria farmacêutica é cada vez mais associada a grandes multinacionais capazes de investir bilhões de dólares no desenvolvimento de remédios, cuja pesquisa leva anos. Não é trivial, portanto, que uma família descendente de italianos tenha a ousadia de encarar pesos pesados do setor, administrando uma empresa cuja estratégia básica é a inovação. Mas é justamente essa linha de trabalho que mantém a Apsen Farmacêutica no mercado há 44 anos e que a transformou no 34º maior laboratório do ranking nacional, segundo a consultoria IMS Health. Nos últimos cinco anos, o faturamento da Apsen cresceu 84%, até bater em R$ 303,5 milhões em 2012.
Num período em que outras farmacêuticas brasileiras fizeram fortuna com a difusão dos medicamentos genéricos, a empresa manteve-se fiel aos seus princípios. “A inovação está no nosso DNA”, afirma Renata Spallicci, diretora de assuntos corporativos do laboratório. “Sempre que nos perguntamos se devemos entrar nos genéricos, optamos por manter nossa estratégia original.” Essa capacidade de crescer em um ritmo forte, sem abrir mão de inovar, foi um dos fatores que levaram a Apsen a vencer o ranking setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET. Neta dos fundadores da empresa, Renata conhece profundamente seus princípios. Ela está sendo preparada pelo pai, Renato Spallicci, para assumir o comando quando ele deixar a presidência. “A maior paixão de meu pai é permitir que as pessoas tenham acesso à inovação”, diz Renata.
Essa disposição se traduz em ações concretas. Em 2011, a Apsen decidiu investir R$ 55 milhões na construção de um centro de pesquisa e na ampliação da fábrica, no bairro paulistano de Santo Amaro. As obras devem terminar no fim deste ano. Com os investimentos, a empresa espera lançar de dois a quatro produtos por ano. Com a conclusão dos investimentos, a Apsen focará em seu plano mais ambicioso: triplicar o faturamento e romper a barreira de R$ 1 bilhão. “Nos desafiamos a alcançar essa marca até meados de 2020”, afirma Renata. A produção, hoje em 18,5 milhões de unidades por ano, também deve crescer no mesmo ritmo.
O portfólio da Apsen conta com 34 produtos atualmente. Entre os principais medicamentos, estão o relaxante muscular Miosan, o anti-inflamatório Flancox e o Postec, para o tratamento de fimose. Os ventos do mercado parecem estar a favor dos planos da Apsen. No acumulado de 12 meses até setembro, as vendas de medicamentos cresceram 11% sobre igual período do ano passado no País, segundo a Associação Brasileira dos Distribuidores dos Laboratórios Nacionais. Já a IMS Health estima que o Brasil conquistará mais algumas posições no ranking global dos maiores consumidores de remédio. No ano passado, o País ocupava a sexta posição. Em 2017, deve ser o quarto colocado, à frente de Alemanha, França e Coreia do Sul.