A luta entre Anderson Silva e Vitor Belfort, em junho de 2011, foi histórica para a UFC, maior empresa organizadora de eventos de artes marciais mistas (MMA) do mundo. O combate projetou o esporte como um fenômeno no Brasil. Atualmente, o país do futebol é o segundo maior mercado da UFC, atrás apenas dos Estados Unidos. Contudo, muito antes do histórico confronto, chamado de “a luta do século”, algumas empresas brasileiras já enxergavam o evento como um gigantesco mercado a ser explorado. Uma delas é a paulistana Pretorian, fabricante de artigos de combate, como luvas e protetores. Até junho de 2013, a empresa era uma das patrocinadoras do torneio do UFC. 

 

113.jpg

Drever: “Queremos que o público que veste Lacoste também use Pretorian”

 

Sua marca estampava os octógonos da competição e uniformes de alguns lutadores. A parceria, no entanto, acabou após desentendimentos entre o presidente da UFC, Dana White, e a Pretorian. “Tentaram nos derrubar, alegando falta de pagamento, e nos excluíram dos eventos do UFC”, disse o uruguaio Ruy Drever, presidente da Pretorian, empresa fundada por ele em 2009 e que faturou R$ 75 milhões no ano passado. “O Dana é um fanfarrão. Queria ganhar mercado com artigos dele, mas não conseguiu nos atrapalhar.” Mesmo sem a exposição no octógono, a Pretorian tem conseguido nocautear suas rivais. 

 

114.jpg

Jaula: marca brasileira projetou-se nas lutas do UFC e lidera mercado no País

 

Embora não existam números oficiais, a empresa afirma deter uma participação de 70% do mercado de materiais de luta, superando a centenária americana Everlast e a alemã Adidas. As empresas não revelam suas posicões no setor. “Somos os mais tradicionais do mercado”, diz a porta- voz da Everlast, Tininha de Moraes. Parte do sucesso da Pretorian deve-se à parceria com grandes redes de varejo, como o site Netshoes e a rede Centauro, que terá uma linha exclusiva da marca em suas prateleiras neste ano. O ataque da empresa no varejo deve ampliar suas vendas em 15% já em 2014. 

 

A ideia é expandir os negócios para além dos ringues – a companhia patrocina a renomados lutadores brasileiros, como o atual campeão da categoria peso-galo, Renan Barão. “Mas não queremos ser só uma marca de luta, e sim a marca do homem”, diz Drever. O ambiente é propício. Segundo a consultoria Nielsen, luvas para luta já são o nono artigo mais consumido pelos esportistas brasileiros. Para não depender apenas no mercado de MMA, a Pretorian começa a diversificar seu portfólio de produtos. Passou a fabricar no ano passado desde capacetes para motos até camisas polo. “Nosso plano de luta é a diversificação”, diz Drever. “Queremos que o público que veste uma Lacoste vista também uma Pretorian.”

 

115.jpg