21/06/2013 - 18:00
A exploração de gás de xisto se tornou a vedete entre as empresas energéticas dos Estados Unidos e um pesadelo para nove entre dez ecologistas, devido ao elevado potencial de poluição desse processo. Mas, para a americana General Eletric (GE), trata-se de mais uma oportunidade de ganhar dinheiro. A empresa desenvolveu uma tecnologia que permite purificar a água resultante do processo de extração do combustível. Esse é apenas um dos exemplos do chamado portfólio de produtos e serviços verdes no qual despontam, também, potências como a alemã Siemens e a sueco-suíça ABB. Em 2012, a GE faturou US$ 25 bilhões com essa vertente, dos quais US$ 1 bilhão no Brasil.
No comando: Bob Corcoran, líder de sustentabilidade da GE, visita a subsidiária brasileira
“Dobramos os investimentos nessa área nos últimos cinco anos”, diz Robert Corcoran, vice-presidente corporativo mundial de cidadania da GE. “Hoje, pelo menos 30% de nosso faturamento já vem dos produtos verdes.” Bob, como o executivo é conhecido, esteve no Brasil na última semana para debater com os colegas as iniciativas que a GE têm adotando globalmente. “Nossa ambição é participar de todas as etapas dos planos de sustentabilidade adotados pelas cidades”, afirma. A lista de produtos e tecnologias nessa área é composta de 40 soluções em quatro áreas: energia saúde, transporte e aviação. Entre os produtos e soluções constam o investimento em energia eólica, com 894 equipamentos instalados por aqui, sendo 293 somente neste ano.
A companhia ainda produz locomotivas que emitem menos gás carbônico e desenvolve turbinas para geração de energia, movidas a etanol. E isso tem relação direta com o dia a dia das pessoas, como na iluminação pública. Graças ao uso de lâmpadas de LED é possível reduzir em até 80% o consumo de energia, sem prejuízo da qualidade do serviço. A GE, no entanto, não é a única a investir nesse mercado no Brasil. De olho nos megaeventos, como Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, os gestores dessas empresas se movimentam para disputar contratos na área de infraestrutura. Uma das que mais vêm se dando bem é a Siemens, cujo portfólio verde rendeu € 33 bilhões em 2012, ou 42% das vendas globais. A companhia alemã concentra seus esforços nas áreas de energia, com equipamentos para usinas de gás natural e de energia eólica, por exemplo.