Não é fácil montar a seleção que vai para a Copa. Dá trabalho reunir, em uma mesma equipe, talento e capacidade tática. A analogia serve para o mercado acionário: descobrir empresas que prometem uma goleada de lucros é difícil, mas, quando isso ocorre, pode levar o investidor a se tornar um campeão em rentabilidade. DINHEIRO ouviu analistas de 11 corretoras e cada um deles recomendou ações de baixo, médio e alto risco. Confira as mais recomendadas em número de citações e o desempenho no ano, até outubro.

 

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Sana, Iêmen: ex-jogadores sírios estão promovendo o futebol em comunidades pobres do país

 

 

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VALE PNA (VALE5)

Setor: mineração

Risco: médio

Desempenho em 12 meses: - 4,39%

Com estrutura enxuta e mais leveza para operar em um mercado turbulento, a Vale figurou como uma boa aposta entre os especialistas. “É uma boa opção na medida em que paga dividendos em dólares e tem projetos interessantes para o próximo ano”, diz Roberto Altenhofen, analista da Empiricus Research. Outro ponto a favor da companhia é a expectativa em relação à melhora da economia chinesa, que, por sua vez, reflete na demanda de minério de ferro. “A empresa está preparada para esse cenário, já que 2013 foi um ano de menos preocupações com crescimento e foco em corte de custos.” 

 


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GERDAU PN (GGBR4)

Setor: siderurgia

Risco: médio

Desempenho em 12 meses: -0,67%

Ajudada pela recuperação dos Estados Unidos e pela alta do câmbio, a Gerdau mantém nível de operação satisfatório, além de ser autossuficiente naquele país. “A empresa vem aumentando suas margens, beneficiada por essa movimentação na economia americana. Caso esse ciclo de melhora se concretize, a demanda de aço aumentará, impulsionada pelo crescimento em infraestrutura”, diz Aline Sun, diretora da Guide Investimentos. A Gerdau também deverá ser beneficiada pela esperada retomada de obras no Brasil com os leilões de aeroportos e rodovias. 

 

 

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CCR ON (CCRO3)

Setor: concessões rodoviárias

Risco: baixo

Desempenho em 12 meses: 5,79%

Os anúncios de investimentos em novos negócios são pontos positivos da CCR. O destaque é o fato de ter vencido o leilão para operar o aeroporto de Confins . Pedro Galdi, da SLW Correto­ra, avalia que a variedade de projetos permite à empresa manter taxa média de retorno. “Além disso, a companhia será beneficiada pelo crescimento nos serviços de infraestrutura no País.” Os analistas também comentam que a CCR possui fluxo de caixa relativamente estável, exposição à atividade econômica doméstica, proteção contra a inflação e excelente perspectiva de crescimento. “Em razão do potencial de maiores taxas de retorno, destacamos os projetos de infraestrutura urbana, setor em que a companhia deverá focar seus esforços nas próximas licitações”, diz Galdi.

 

 

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DURATEX ON (DTEX3)

Setor: construção

Risco: médio

Desempenho em 12 meses: 12,38%

A companhia é uma opção se comparada a outros papéis do setor de consumo como Hering e Marisa. “No ano que vem, o mercado não será fácil e dentro do segmento de consumo consideramos que a Duratex tem uma postura conservadora e vem reportando bons resultados”, diz Aline Sun. Segundo Arnaldo Curvello, da Ativa Corretora, a empresa será beneficiada pelo aumento do setor da construção civil. “Vemos ainda grande potencial no direcionamento de seus produtos para o mercado externo, possibilitando um crescimento bastante superior mesmo em um cenário macroeconômico desanimador.”

 

 

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ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4)

Setor: bancos

Risco: médio

Desempenho em 12 meses: 31,63%

O ciclo de aumento da taxa de juros vai beneficiar o Itaú, segundo analistas. O ban­­co tem conseguido melhorar seu nível de eficiência, está reduzindo despesas e se aproveitando da redução da inadimplência. Além de ter se beneficiado do saneamento das carteiras de crédito, especialmente o automotivo.

 

 

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TRACTEBEL ON (TBLE3)

Setor: energia elétrica 

Risco: baixo

Desempenho em 12 meses: 15,99%

Considerada a maior geradora privada de energia, a Tractebel, segundo a corretora Planner, possui um portfólio balanceado de clientes e fluxo de caixa previsível. “A empresa deve manter seu bom desempenho operacional, baixa exposição cambial e retornos consistentes”, informa a Planner. Arnaldo Curvello, da Ativa Corretora, considera que a empresa é uma das mais eficientes do setor. “Ela sempre divulga resultados robustos, o que deve proporcionar crescimento em longo prazo”, diz Curvello. 

 

 

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AMBEV ON (ABEV3)

Setor: bebidas 

Risco: baixo

Desempenho em 12 meses: 24,55%

Para Roberto Altenhofen, da Empiricus, a ação da Ambev está longe de ser uma pechincha, mas a empresa possui estrutura de capital confortável, forte geração de caixa, marca e distribuição. “Ela mostra um bom desempenho, mesmo em momentos de desaceleração de consumo, graças à sua capacidade de repasse de preços.” Para o analista, o segmento não sofrerá muitas mudanças no próximo ano, um bom cenário para que a empresa tenha alta liquidez e resultados recorrentes.

 

 

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CIELO ON (CIEL3)

Setor: serviços financeiros

Risco: alto

Desempenho em 12 meses: 65,65%

O risco da processadora de transações financeiras vem subindo nos últimos meses, devido ao aumento da concorrência de novas tecnologias. No entanto, ela continua sendo promissora, segundo Felipe Volcato Ruppenthal, da Geração Futuro. Para ele, a empresa possui modelo de negócios resiliente e que proporciona bons dividendos. “A empresa não precisa de muito capital e possui forte geração de caixa, em um mercado ainda em crescimento”, diz. “Ela também será afetada positivamente por sua capacidade de distribuição, difícil de ser igualada pelos concorrentes.” 

 

 

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ALL ON (ALLL3)

Setor: logística

Risco: alto

Desempenho em 12 meses: - 13,39%

Após um ano difícil , no qual suas ações sofreram por problemas regulatórios , 2014 poderá ser um momento de retomada para a ALL, segundo Pedro Galdi, da SLW. No próximo ano, a empresa sentirá os efeitos da venda de ativos na Argentina. Outro ponto que preocupava os investidores, e já se confirmou que não irá acontecer, é um eventual conflito de interesses com a entrada da Cosan no bloco de controle da operadora. 

 

 

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PETROBRAS PN (PETR4)

Setor: petróleo

Risco: alto

Desempenho em 12 meses: -1,30%

A Petrobras vai enfrentar um momento decisivo em 2014, ano em que será medido o impacto da nova política de preços, após a decepção inicial com a falta de transparência dos critérios de reajuste. Também será conferido se os investimentos recentes poderão reverter a que­da na produção. Para Karina Sanches, analista da Concórdia Corretora, a estatal deve continuar vendendo ativos para pagar dívidas e conter a deterioração na sua classificação de risco. “2014 também deve marcar o início do aumento de produção”, diz Karina.

 

 

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BRADESCO PN (BBDC4)

Setor: bancos

Risco: médio

Desempenho em 12 meses: 13,72%

Segundo a equipe da Planner, o banco tem uma boa estrutura de captação, um histórico de crescimento consistente e um balanceamento entre operações bancárias e resultados obtidos com seguros e previdência. “Sua estratégia de crescimento das operações de crédito se mantém constante , sendo a de maior exposição em segmentos menos arriscados, como o crédito consignado e os financiamentos imobiliários, mesmo com redução de margem”, dizem os analistas da corretora.