09/05/2014 - 20:00
Há décadas, artistas brasileiros declaram seu amor pela Bahia, terra natal de gigantes da MPB como Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia e Gilberto Gil. Mas foi somente no início dos anos 2000 que o mercado imobiliário de alto padrão descobriu o potencial do Estado, principalmente na região sul, conhecida como a Costa do Descobrimento. É lá, a 40 km da agitada Porto Seguro e a 14 km da pacata vila de pescadores Santo André, que será o condomínio premium Reserva Guaiú. Com previsão para ficar pronto no final de 2016, o condomínio vai abrigar mansões de 480 m² a 680 m² de até cinco suítes, que custarão até R$ 5 milhões.
“Poderíamos construir muito mais do que 14 residências no território, de 210 mil m² de expansão”, afirma o carioca Marcos Freire, proprietário do projeto e CEO da incorporadora imobiliária NPAR. “Mas priorizamos a exclusividade e a integração com a natureza.” A região foi descoberta pela mãe de Freire, Daisy Newlands, nos anos 1980. Até então, o local de mata virgem não contava com infraestrutura adequada para receber turistas. “Nem mesmo estradas”, diz o empresário. “Minha mãe só chegava de ultraleve.” Uma mulher de grande influência na época, Daisy, nora do pernambucano Vitorino Freire, durante mais de três décadas um dos chefes políticos do Maranhão, procurava um lugar no sul da Bahia para construir uma casa de praia.
Anfitriã de estrelas do rock, como Mick Jagger e Bruce Springsteen, Daisy, que teve como padrinhos de casamento os ex-presidentes da República Juscelino Kubitschek e Eurico Gaspar Dutra, não teve dificuldades para promover a região, que hoje abriga nomes de peso, como o bilionário e ex-banqueiro carioca Júlio Bozano. Com uma fortuna estimada em US$ 1,8 bilhão, o empresário recentemente cedeu parte de seu terreno em Guaiú para a construção de um centro de treinamento para a seleção da Alemanha para a Copa do Mundo. Apaixonado por Guaiú, Freire decidiu projetar o condomínio de luxo não apenas por sua memória afetiva em relação ao lugar, com sua natureza abundante, coqueiros, águas mornas, calmas e cristalinas, mas também pela crescente valorização do sul da Bahia.
Na última década, a região vem recebendo investimentos privados e também do governo na área de infraestrutura para receber os turistas. Freire, por exemplo, desembolsará R$ 40 milhões na Reserva Guaiú, localizada a duas horas por via aérea de São Paulo. “Vamos construir um heliponto para facilitar os deslocamentos dos proprietários”, diz. As residências, que contarão com piscina e espaço gourmet, podem ser adaptadas ao gosto do comprador, desde que as mudanças sejam autorizadas pelo arquiteto baiano Sidney Quintela. As praias menos exploradas e, consequentemente, mais exclusivas do sul da Bahia, como a de Guaiú, se tornaram uma opção para os endinheirados que querem fugir da badalação de Trancoso, localizada a cerca de 90 km.
É o caso do empresário americano Robert Carilli, proprietário da Brazil Capital, de private equity, que adquiriu uma das mansões da Reserva Guaiú. “Já fui muitas vezes para Trancoso e é maravilhoso lá”, diz Carilli, que mora em Miami, mas passa de três a quatro meses por ano no Brasil. “Na hora de comprar uma casa, prefiro um lugar mais isolado”, afirma. Para Renato Ferreira, presidente da RE/MAX, rede de franquias imobiliárias, todo o sul da Bahia tem sentido um crescimento na valorização imobiliária. “O crescimento no turismo local atraiu a atenção de hotéis, pousadas e condomínios de alto padrão, fazendo com que os terrenos sejam consumidos em uma velocidade rápida”, afirma.
