Após vender seus ativos no País ao Santander em 2007, o banco holandês ABN Amro desapareceu do mapa. Vergado pela crise financeira, ele foi estatizado pelo governo da Holanda, em 2008, e, dois anos depois, fundido ao conterrâneo Fortis, que também havia passado para o controle do Estado. Depois de ser submetido a um severo regime, o ABN está de volta ao Brasil, com a aquisição do pequeno banco carioca CR2. No entanto, os holandeses vão permanecer longe do varejo que cultivaram com tanta ênfase, no passado, quando eram donos do Banco Real. O objetivo da compra é atender os clientes que atuam nos setores de energia, commodities e transportes no Brasil. 

 

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Coutinho, do CR2: gestora de fundos e escritório de fusões e aquisições

ficaram fora do negócio

 

Essa atuação não seria possível sem uma licença local. “Comprar um banco no Brasil é a maneira mais rápida de obtermos uma autorização”, informou o banco holandês, por meio de sua assessoria de imprensa. “Não temos intenção de expandir nossas atividades no Brasil.” Ficar de fora do pujante mercado brasileiro, pelo visto, também não era uma opção. O banco comprado, o carioca CR2, é uma instituição pequena. Fundado em 1999 por cinco executivos do mercado financeiro, iniciou suas atividades como um banco de investimentos, e recebeu autorização do Banco Central em maio de 2000. 

 

Em 2005, transformou-se em banco comercial e ampliou sua atuação no mercado. Atualmente com R$ 66 milhões em ativos e uma carteira de crédito de R$ 40 milhões, o banco concentra a maior parte de suas operações (85,5%) em crédito para pequenas e médias empresas, mas também atua com empréstimos pessoais e financiamento imobiliário. Segundo Cláudio Coutinho, presidente da instituição, a transação não envolveu a gestora de fundos nem a área de fusões e aquisições. “Vamos nos concentrar nesses segmentos assim que a venda for aprovada”, diz ele, sem divulgar valores. 

 

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