05/10/2011 - 21:00
O presidente da JAC Motors no Brasil, Sergio Habib, passou a semana em reuniões com executivos da matriz, na China. A pauta: buscar alternativas para o aumento de 30 pontos porcentuais do Imposto sobre Produtos Industrializado (IPI) para carros importados no Brasil, anunciado no dia 15 de setembro pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff. O embarque de Habib para a cidade de Hefei, sede da companhia chinesa, acorreu na sexta-feira 23, logo depois de uma reunião com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. O executivo estava desapontado com a intransigência do governo. Habib, porém, não era o único a demonstrar desapontamento. O insuspeito governador da Bahia, o petista Jaques Wagner – que negociava com a JAC Motors a construção de uma fábrica no Estado –, fez críticas à medida.
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“Esse tipo de decisão abrupta mais prejudica do que ajuda”, disse o governador. Durante a semana, o presidente da Chery no Brasil, Luiz Cury, também passou horas com executivos da matriz chinesa. A empresa está construindo uma fábrica de US$ 400 milhões em Jacareí (SP), que será inaugurada na segunda metade de 2013, mas planejou um volume de vendas que, provavelmente, não se confirmará. Os únicos que conseguiram driblar a ofensiva protecionista do governo foram os uruguaios. Depois de uma visita a Brasília do vice-ministro da Economia, Luis Porto, na terça-feira 27, as autoridades brasileiras garantiram que as fábricas chinesas no país vizinho, caso da Lifan, Chery e Kia, ficarão de fora do aumento do IPI.