Ela é conhecida por sua correção e pela rigidez no trato com prazos, metas e subordinados. Também construiu uma carreira irretocável no setor de energia, com respeitáveis passagens pela Petrobras e pelo Ministério de Minas e Energia. O perfil cabe perfeitamente na descrição da presidente eleita Dilma Rousseff, mas diz respeito a Maria das Graças Silva Foster, ou simplesmente Graça Foster, aquela que deve ser a cara mais visível do alto escalão feminino do próximo governo. 

Aos 56 anos, a engenheira química mineira que se tornou, em 2007, a primeira mulher a chefiar uma diretoria da Petrobras é cotada para assumir o Ministério de Minas e Energia, a presidência da Petrobras e até a Casa Civil, atendendo aos planos de Dilma de preencher um terço de seu ministério com mulheres. 

 

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Linha dura: com experiência no setor energético, 
Graça Foster é conhecida pelos bons resultados

 

“Ela é a Dilma da Dilma, só que menos agressiva e mais conhecedora do tema energia”, diz um interlocutor do setor privado. A opinião é corroborada por Luiz Mesquita, conselheiro e coordenador de gás natural da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que tratou várias vezes com a executiva da Petrobras. “Ela conhece muito bem o setor de gás e é uma pessoa corretíssima”, defende. 

 

A competência da executiva é notória, assim como sua intransigência. Foster é conhecida no setor de gás por defender a Petrobras como a uma religião. “De todos os nomes cotados até agora para a Casa Civil, Graça Foster é a que tem perfil mais semelhante com o da ex-ministra Dilma”, diz o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh. 

 

Formada em engenharia química pela Universidade Federal Fluminense, ela começou a carreira na Petrobras aos 18 anos e passou por todos os níveis da empresa, trabalhando inclusive embarcada em plataforma na selva amazônica. Quem a conhece em reuniões diz que ela costuma inquirir sua equipe com rispidez.

 

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A postura rígida valeu a Graça Foster a fama de atingir resultados expressivos, mas a um preço alto para seus subordinados.  Foi assim que a executiva colaborou para o aumento da malha de gasodutos do País em 72% (desde 2005) e transformou um prejuízo de R$ 1,38 bilhão na área de gás da Petrobras, em 2007, em um lucro de R$ 914 milhões em 2009.

 

Sempre muito franca, Graça conduz reuniões como ninguém e, apesar da rispidez, não costuma deixar questões mal resolvidas. Diante de um perfil tão sisudo é até difícil acreditar que a diretora da Petrobras é motociclista e desfila todo ano em escolas de samba cariocas.