14/02/2014 - 21:00
Com R$ 6 bilhões no bolso, a maioria dos empresários, especialmente aqueles que estão na faixa etária dos 70 anos, consideraria a hipótese de sair de cena. Aposentar-se, cuidar dos netinhos e, no máximo, montar uma fundação para se dedicar a uma boa causa. Não foi essa a escolha do empresário Edson de Godoy Bueno. Exatos 16 meses após vender a Amil para a americana United Health, ele acaba de consolidar sua posição no segmento de análises clínicas ao assumir o controle da rede paulistana Dasa. A transação envolveu a compra de um lote de ações em poder de minoritários, por R$ 1,79 bilhão, e garantiu a Bueno e sua ex-esposa Dulce Pugliese uma fatia de 62% do laboratório.
Futuro: o desafio de Bueno é recuperar o valor de mercado da companhia
Godoy, que está nos Estados Unidos, onde participa da reunião do conselho da United Health, disse à DINHEIRO, por telefone, que ainda não definiu as mudanças que pretende fazer na Dasa. “Ainda é cedo para falar qualquer coisa”, disse. “Conversamos quando eu voltar.” Desde 2010, quando fundiu sua rede MD1 com a Dasa, Godoy promoveu inúmeras alterações na empresa. Sua atuação, no entanto, vinha causando desconforto entre os sócios, Tarpon e Petros, que detinham 10% e 5% das ações, respectivamente, descontentes principalmente com a queda no valor da companhia.
Em maio de 2011, os papéis da Dasa valiam R$ 23 na Bolsa de Valores de São Paulo e, na semana passada, eram cotados em R$ 15,03. Nos últimos meses, tornou-se uma espécie de obsessão para Godoy assumir completamente as rédeas da Dasa. Para isso ele fez a oferta pública de ações (OPA), que é válida até o dia 9 de março. Por conta disso, o mercado espera que outros investidores aceitem os R$ 15 oferecidos por ele. Saindo a transação ou não, o certo é que o empresário já está livre para operar como gosta: na posição de acionista majoritário de uma empresa líder. Com um portfólio composto por mais de 20 bandeiras, incluindo Delboni Auriemo, o faturamento anual da Dasa gira em torno de R$ 2,5 bilhões.