Munido de um aparelho de fax e de um computador em seu apartamento, o carioca Benjamin Quadros fundou a BRQ em 1993. Ele, então com 25 anos, largou a segurança de uma carreira de quatro anos na IBM, no Rio de Janeiro, ao receber uma proposta para ir a São Paulo oferecer soluções de tecnologia ao Unibanco. “O banco havia comprado mainframes com tecnologia CSP (descontinuado pela IBM em 2001) e acabou me convidando para ser o fornecedor desse serviço”, diz Quadros. Na ocasião, ele teve a opção de ser funcionário do banco da família Moreira Salles ou criar sua própria empresa. 

 

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Formado em ciências da computação pela Universidade Federal Fluminense, o jovem não tinha experiência na gestão de empresas. Outro fator que o inclinava a carimbar de novo sua carteira de trabalho era a duração de apenas um ano do projeto. Mesmo assim, Quadros optou por ter um CNPJ próprio. Vinte anos depois, ele não tem razão para se arrepender. O empresário comanda a maior empresa de soluções de tecnologias financeiras do Brasil. Com receita líquida de R$ 385,5 milhões em 2012, mais de 100 clientes, quatro mil funcionários, filiais em oito Estados brasileiros e um escritório em Nova York, a BRQ foi a vencedora do ranking setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET. 

 

Atualmente, a BRQ supera a IBM na área de aplicações para instituições financeiras. De acordo com estudo da consultoria americana IDC, a BRQ detém 14,3% desse setor. A big blue, 3,9%. Além das soluções voltadas ao mercado financeiro, que representam 60% da receita da empresa, a BRQ oferece outros serviços, como terceirização, desenvolvimento de soluções sob medida, aplicações para aparelhos móveis, computação em nuvem, consultoria em tecnologia e até a terceirização de processos de negócio (BPO, na sigla em inglês). 

 

Desde a sua origem, a BRQ diz crescer em média 30% ao ano. Números como esse fazem com que Quadros tenha de responder a perguntas sobre uma possível abertura de capital. “Tudo vai depender do ano que vem”, diz ele. “É uma grande charada saber como a economia vai se comportar.” Se tudo correr bem, a abertura de capital pode acontecer em 2015. Para chegar a esse ponto, a empresa recebeu um aporte de R$ 56 milhões do BNDES, em 2007. Do total, R$ 50 milhões vieram do BNDESPar, que passou a deter 20% da empresa. Os outros R$ 6 milhões vieram como crédito do programa Prosoft, de incentivo ao desenvolvimento das empresas de tecnologia do País. 

 

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