23/01/2013 - 21:00
Na visão de alguns investidores internacionais, Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, foi o responsável pelos problemas enfrentados pela empresa depois da realização do IPO, em maio de 2012. Desde então, Zuckerberg busca provar não só que sua companhia é um bom negócio, mas que ele mesmo é um gestor de primeira. E, depois dos tropeços iniciais, o jovem bilionário tem se saído bem. A ação do Facebook, que estreou na bolsa americana cotada a US$ 38 e caiu para US$ 17, em setembro, chegou a US$ 32 na sexta-feira 11. Uma das explicações para a recuperação foi a expectativa em torno da apresentação de um novo produto.
Na terça-feira 15, o mistério foi des – feito: a rede social tem agora um mecanismo de busca. Trata-se da mais importante cartada do Facebook nos últimos anos, pois significa a entrada num setor valorizado e que hoje é dominado por seu maior rival, o Google. “Gastamos mais de um ano aprimorando esse produto”, disse Zuckerberg. Embora o mercado não tenha se entusiasmado – as ações fecharam por volta dos US$ 30 na quinta-feira 17 –, o novo serviço deve dar novos contornos à disputa no setor. O recurso do Facebook apresentará somente as opções de likes (curtir, em português) dos usuários da rede.
Para citar um exemplo, o recurso mostrará quais as músicas preferidas dos colegas de faculdade de uma pessoa ou as notícias lidas. Mas isso é só o começo. Graças à montanha de dados gerada por mais de um bilhão de usuários do site, o serviço pode alimentar ações de marketing, ampliando suas receitas. Quer dizer então que o reinado do Google corre perigo? “De imediato, a busca do Facebook não ameaça o Google”, afirma Marcelo Coutinho, professor da Fundação Getulio Vargas. “Mas, em três ou quatro anos, com o aumento dos dispositivos móveis e o seu aprimoramento, a conversa pode ser outra.” A batalha promete ser boa.