O governo já deixou claro que a alavanca para a retomada da economia brasileira serão, daqui para a frente, as parcerias público-privadas que poderão se formar a partir das concessões públicas. E iniciou sua temporada de leilões de rodovias, ferrovias e do pré-sal com esse intuito. O grande desafio está em convencer investidores sobre os atrativos desses negócios, e o primeiro receio que trava o apetite dos interessados tem se concentrado sobre as regras e seu cumprimento. Especialmente no que tange à remuneração. Para afastar dúvidas como essas, as autoridades vêm promovendo ajustes e reduzindo exigências para os participantes dos leilões. Deve dar certo. O pano de fundo para um bom resultado dessas operações está na virada de humor do mercado e no surgimento de alguns indicadores positivos, no mundo e internamente. 

 63.jpg

 

A economia global parece mostrar sinais concretos de retomada. No Brasil, o crescimento sustentável da oferta de emprego, aliado aos ganhos de produtividade da indústria que ocorrem aqui e ali, estimula as apostas. Tem sido um alívio, inclusive para os emergentes, a recuperação gradual e consistente da economia americana e o modelo bem-sucedido de estabilidade chinesa. Por aqui, setores como o do agronegócio estão esbanjando vitalidade. De tal forma que, ainda neste ano, ele deverá garantir quase metade da expansão do PIB. A safra 2014, a ser plantada, trará surpresas como a que levará o Brasil a superar os EUA no ranking de maior produtor e exportador mundial de soja. 

 

Em outro flanco, a arrecadação federal atingiu em agosto passado a cifra de R$ 83,9 bilhões em impostos e contribuições. É recorde histórico para o mês e indicador claro de incremento da atividade econômica. Todo esse pacote de boas-novas foi levado ao conhecimento de empresários e players internacionais na semana passada, durante a viagem da presidenta Dilma e de sua equipe a Nova York. Os interlocutores mostraram-se positivamente impressionados e alguns revelaram disposição concreta de realizar desembolsos por aqui. A expectativa de um maior desembarque de investimentos – pela via preferencial das concessões – deve auxiliar decisivamente os planos de aumento de produtividade do mercado nacional. Algo que reforça as chances de o País voltar ao prumo.