As notícias desfavoráveis à HP, a maior empresa de tecnologia dos Estados Unidos em faturamento, têm sido recorrentes na imprensa mundial. Em agosto, por exemplo, a companhia encerrou a produção de tablets e smartphones, apenas dois meses depois de lançados. Depois, anunciou planos de separar a unidade de computadores pessoais, o que gerou especulações de que abandonaria esse mercado. Como se não bastasse, suas ações estão nos níveis mais baixos das últimas 52 semanas. Por episódios como esses, a saída de seu CEO, Leo Apotheker, já era aguardada. E foi o que aconteceu na quinta-feira 22. Para o lugar de Apotheker, que ficou apenas dez meses no cargo, foi convocada a executiva Meg Whitman, ex-CEO do eBay e candidata derrotada, em 2010, ao governo da Califórnia, pelo Partido Republicano. 

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Meg Whitman: com experiência na área de tecnologia,
a executiva tem fama de durona e já foi candidata ao governo da Califórnia 

Sétima pessoa a comandar a HP em apenas 12 anos e a quarta desde 2005, a loira Meg traz no currículo um bom histórico de realizações no eBay. No período em que esteve à frente da empresa de comércio eletrônico, entre 1998 e 2007, ela transformou uma pequena start-up, com 30 funcionários e receita anual de US$ 4 milhões, em uma potência com 15 mil colaboradores e faturamento de US$ 8 bilhões. Entre muitos acertos, no entanto, houve duas derrapadas: um processo por agressão e a malsucedida compra do Skype, por US$ 2,6 bilhões. No que se refere ao primeiro caso, Meg, tida como uma mulher ríspida, foi acusada de empurrar uma funcionária em 2007. Em relação ao Skype, admitiu um prejuízo de US$ 1,4 bilhão pela aquisição do serviço de telefonia pela internet.  

Posteriormente ela concorreu ao governo do Estado da Califórnia pelo Partido Republicano, campanha que a fez investir US$ 140 milhões de sua fortuna pessoal, estimada em US$ 1,3 bilhão. Derrotada nas urnas, ela retorna ao mercado de tecnologia com a missão de recolocar a HP nos eixos. Seu sucesso significará para a empresa brilhar de novo e não ter mais que desembolsar rios de dinheiro com a demissão de CEOs. Apotheker, por exemplo, receberá US$ 25 milhões, segundo a CNN. Se a conta incluir o montante pago a Mark Hurd e Carly Fiorina, os dois presidentes que antecederam Apotheker, o valor chegaria a US$ 83,3 milhões.

 

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