Uma parte importante do pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo é a elevação da tributação sobre os bancos, elevando a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), atualmente em 15%, para 23%. A primeira ideia do Planalto era elevar esse percentual para 20% mas, ao apresentar seu relatório para a Medida Provisória 675 na terça-feira 11, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) elevou a alíquota proposta. A contribuição também valeria para as corretoras, distribuidoras e cooperativas de crédito, entre outros. O texto prevê ainda que o benefício fiscal relativo a juros sobre capital próprio (JCP) seja eliminado gradualmente. A intenção do governo é justificada. Apesar da crise, os bancos vêm apresentando resultados pujantes. Os quatro maiores listados em bolsa lucraram, em conjunto, R$ 35,8 bilhões no primeiro semestre. Como era de se esperar, a notícia derrubou as ações dos bancos entre a divulgação da notícia e a quinta-feira 13. Bradesco e Itaú Unibanco caíram, respectivamente, 4,7% e 5,1%. Nem o lucro de R$ 8,8 bilhões no primeiro semestre, divulgado pelo BB na quinta-feira 13, animou os investidores. As ações do Banco do Brasil caíram 8,6% em três dias.

SIDERURGIA

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou na quinta-feira 13 um prejuízo de R$ 614,3 milhões no segundo trimestre, ante um lucro de R$ 19 milhões no mesmo período de 2014. A receita também caiu, recuando 9% para R$ 3,7 bilhões. Com isso, as ações desabaram para a mínima histórica de R$ 3,60, caindo 9,55%.

Touro x urso

A primeira quinzena de agosto foi devastadora para o mercado. A incerteza política, a desvalorização da moeda chinesa e a proposta de aumento da tributação sobre os bancos pesaram sobre o mercado, que não só zerou os ganhos do ano, como também acumula uma queda de 4% até a quinta-feira 13. Para complicar ainda mais a situação, o temor de que o banco central americano sinalize mais claramente uma alta dos juros nos Estados Unidos em setembro poderá exercer mais pressão de baixa.

Eneva reduz dívidas

A empresa de energia Eneva, surgida a partir da MPX, fundada por Eike Batista, avançou em sua recuperação judicial. Na quinta-feira 13, ela anunciou a redução de 20% nas despesas e na dívida, que caiu para R$ 985 milhões, graças à venda da participação na usina termoelétrica de Pecém I, no Ceará. No ano, as ações recuam 27,5%.

BR vende Properties

A empresa de gestão de ativos imobiliários BR Properties anunciou, na quarta-feira 12, a inteção de vender R$ 2,08 bilhões em ativos imobiliários para a Brookfield. A decisão vem uma semana depois da venda de R$ 1 bilhão para a gestora de private equity Blackstone. Foram vendidos à Brookfield seis prédios de escritórios comerciais de alto padrão por valor “muito próximo ao de mercado”, diz Claudio Bruni, presidente da BR Properties. Na data do anúncio, as ações caíram 3,4%.

Carlyle quer a Tempo

A empresa de prestação de serviços e assistência Tempo Participações anunciou, na quinta-feira 13, que recebeu uma carta da gestora americana de fundos de private equity Carlyle Group declarando sua intenção de comprar o controle da empresa, que é listada no Novo Mercado e, posteriormente, fechar seu capital. Hoje, a companhia, de capital pulverizado, tem entre seus principais acionistas a GP Investimentos, o investidor Dimas de Camargo Maia Filho e a empresa de participações Tarpon. Segundo Gibran Marona, CEO da Tempo, a intenção do Carlyle é adquirir até 100% das açõpes por meio de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) e, subsequentemente, realizar outra OPA para fechar o capital. O valor total da operação poderá movimentar cerca de R$ 700 milhões. No Brasil o Carlyle investe em empresas como Tok&Stok, CVC Viagens, Rede D´OR, Ri Happy e PB Kids. Com a notícia, as ações da Tempo caíram 4,5%.

(Nota publicada na Edição 929 da Revista Dinheiro)