13/12/2013 - 21:00
Em 1947, o comerciante lituano Wilhelm Siewert comandava a Casa Comercial 43, uma pequena papelaria na Quinze de Novembro, principal rua comercial da cidade catarinense de Blumenau. As dimensões do estabelecimento eram menores que seus sonhos. Não demorou muito para o empresário perceber uma oportunidade de negócios diante da crescente demanda por material impresso, como recibos e formulários. Siewert decidiu, então, reunir outros 17 investidores que buscavam alternativas a ouro e imóveis para fazer render suas aplicações. Nascia ali a 43 Gráfica e Editora S.A.
Entre os serviços prestados naquele tempo, um era o de impressão de rótulos para bebidas e alimentos, como refrigerantes, cervejas e embutidos, segmento que viria transformar a 43 numa das principais fornecedoras brasileiras na área de embalagens. Com um faturamento líquido de R$ 81,5 milhões em 2012, a empresa foi escolhida a campeã setorial do ranking de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET. “Somos uma das poucas remanescentes, na região, de empresa que surgiu como investimento de um grupo”, afirma Marlo Germer, presidente da 43 Gráfica, filho de Bruno Germer, um dos fundadores da companhia.
“Nossa opção de sempre ser uma empresa moderna fez com que tivéssemos vida longa.” Há 48 anos na empresa, Germer a viu crescer e se tornar uma referência no ramo. Atualmente, a antiga sede na rua comercial de Blumenau não existe mais. A gráfica se instalou em um terreno de 60 mil m², onde atende as principais multinacionais na área de higiene, limpeza e alimentos, como P&G, Unilever e Nestlé. Segundo Germer, a empresa buscou acompanhar a evolução do mercado de embalagens. “Hoje, não é um papel feito apenas para proteger o que vem dentro, mas para vender”, diz. “O que embala também é responsável por dar satisfação ao consumidor, pois ele transmite os valores do que está sendo adquirido.”
Especializada em embalagens de papel cartão, rótulos e processos em plástico, que embalam xampu, cosméticos, sabão em pó, chocolates e sorvetes, a companhia busca constantemente investir em modernização de seu maquinário. “Precisamos nos atualizar sempre porque estamos em um negócio que pode se tornar obsoleto em poucos anos”, diz o presidente. Neste ano foram investidos € 4 milhões em equipamentos, vindos da Alemanha e da Suíça, e em programas de gestão. O investimento é uma das armas para manter a empresa competitiva num mercado concorrido e pulverizado.
Segundo a Associação Nacional da Indústria Gráfica (Abigraf), são mais de 20 mil empresas no setor, que movimentou R$ 44 bilhões em 2012. Desse total, 40,2% vêm do segmento de embalagens. De acordo com Germer, 2012 não foi um ano fácil para o setor. “O dólar a R$ 1,70 afetou a partir do momento em que as empresas preferiram importar produtos, que já vêm embalados”, diz. Agora, com o dólar a R$ 2,30, os pedidos voltaram a crescer e o executivo espera que a companhia encerre o ano com um incremento nos negócios de 10%. “Esse resultado também está relacionado ao nosso aumento de capacidade produtiva”, afirma.