21/09/2013 - 7:00
Tecnologia da Informação(TI) é sinônimo de maior lucro para os bancos. Por isso, eles não estão brincando em serviço. Somente neste ano, a área de TI do Bradesco movimentou R$ 5,2 bilhões (entre investimentos e gastos de custeio). A construção do Centro de Tecnologia, inaugurado em 2008 na área da Cidade de Deus, em Osasco, onde está localizada a sede do banco, marcou o início de uma nova era na área. Com mudanças na infraestrutura, nos processos e nos softwares, o Centro está preparado para o aumento da mobilidade e dos canais digitais, além de atender às demandas geradas pelo processo de bancarização dos brasileiros.
Novidade digital: Maurício Minas, do Bradesco, garante que até o final
do ano os clientes poderão depositar cheques via celular
“Nossa grande preocupação é tornar a relação do cliente com o banco cada vez mais confortável, e isso ocorre com o aumento da personalização do atendimento e com a ampliação do autoatendimento pelos canais digitais”, afirma Maurício Minas, diretor-executivo de tecnologia do Bradesco. Até o final deste ano, por exemplo, os clientes poderão fazer depósitos em cheque via celular. A imagem é capturada pelo celular, que transmite o cheque digitalizado para a conta do banco, que realiza o processo normal de débito ou crédito. O arsenal tecnológico dos bancos ganha uma importância estratégica ainda maior na captação e fidelização dos clientes.
Por conta disso, o Itaú Unibanco está investindo R$ 10,4 bilhões em tecnologia, entre 2012 e 2015. Desse total, R$ 2,3 bilhões estão sendo gastos na construção de seu novo data center, em Mogi-Mirim, no interior paulista. Será um dos maiores centros tecnológicos do mundo, com capacidade para suportar a expansão das operações do banco nas próximas décadas. A primeira etapa da obra será concluída em 2014 e deverá gerar cerca de 700 empregos. O data center ocupará uma área maior do que 120 campos de futebol. Também estão previstas inovações em estruturas de call center, internet banking e canais de autoatendimento, além da unificação do fluxo de informações contábeis, financeiras, fiscais e de riscos, aumentando ainda mais a eficiência e agilidade no atendimento.
Entre elas, está um serviço de alerta que permite aos clientes receber um aviso nos caixas eletrônicos quando irão começar a utilizar o limite de seu cheque especial, antes de realizar a transação. Além disso, na própria tela de saque os clientes têm a possibilidade de ver o saldo, sem precisar voltar a telas anteriores. No HSBC, as transações digitais dobraram de tamanho entre 2012 e 2013. Segundo Marcos Tavares, presidente-executivo de operações (COO, na sigla em inglês) do HSBC, até algum tempo atrás era preciso fazer um trabalho de convencimento dos clientes sobre as vantagens do uso de meios digitais oferecidos. “Hoje, o cliente exige mobilidade na forma de transacionar com seus bancos”, afirma Tavares.
Marcos Tavares, do HSBC: ”o cliente exige mobilidade
na forma de transacionar com seu banco”
Por causa disso, a questão de segurança é fundamental. As fraudes eletrônicas causam um prejuízo anual de aproximadamente R$ 1,5 bilhão aos bancos brasileiros, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). De acordo com Tavares, ao sair do ambiente físico, a atenção do cliente tem de ser redobrada. “Orientamos que, de preferência, o cliente não use qualquer computador para fazer suas transações financeiras e sim a sua própria máquina onde instala o dispositivo de segurança on-line do banco”, diz ele. Uma das soluções encontradas para reduzir a incidência de ações fraudulentas é a utilização da biometria (reconhecimento do cliente pela digital ou pela palma da mão), que está sendo adotada pelos grandes bancos.
Há seis meses, os clientes do Bradesco já podem fazer suas operações nos caixas eletrônicos sem o uso do cartão, mediante apenas suas identificação biométrica. Para isso, é preciso ir até uma agência, munido de um documento de identificação com foto, e se cadastrar. Da mesma forma, no Itaú Unibanco os clientes também podem fazer saques, consultas a saldos e extratos usando a identificação biométrica em lugar das senhas e sem a necessidade de portar o cartão, o que tem tornado a operação até 30% mais rápida, além de segura, pois evita os extravios e roubos. No HSBC, por sua vez, em todas as novas contas abertas já estão sendo capturadas as impressões digitais para a identificação biométrica. “A resistência dos clientes tem sido zero”, afirma Tavares.