Na década de 1980 os primeiros computadores pessoais não vinham com o Microsoft Windows, mas sim com um sistema operacional chamado MS-DOS. Foi obtido na época pela Microsoft para ser usado em uma linha de computadores IBM e vinha com aplicações de edição de texto e planilhas, só o básico, podendo ser utilizado apenas por linhas de comandos no princípio, sem interface gráfica. Para editar planilhas se utilizava o Lotus 1-2-3. Para texto, o WordStar. Os dois eram os precursores do Microsoft Excel e Word. Pouco tempo depois, em versões com interface do MS-DOS, foi lançado o Harvard Graphics, de apresentações, um dos antecessores do Microsoft PowerPoint. Uma época na qual a maioria dos computadores pessoais estava dentro das empresas – e as aplicações não eram simplesmente baixadas em páginas da web (que só foi nascer em 1989-90). Elas tinham distribuidores físicos em cada país que vendiam disquetes ou CDs contendo os programas.

Foi dentro desse ecossistema que nasceu a Brasoftware, brasileira e fundada em 1987, mantendo os negócios dentro da família até hoje. O que não impediu um avançado crescimento de 40% no ano passado, frente a 2021, atingindo faturamento de R$ 3,5 bilhões. Atualmente, com mais de 450 mil clientes, a companhia. nasceu como distribuidora dos softwares da era do MS-DOS, sendo hoje, segundo Eduardo Sukarie, sócio-fundador e executivo de vendas da Brasoftware, a líder na oferta e gerenciamento de contratos de licenciamento e serviços on-line no Brasil, com portfólio de serviços que inclui gestão de nuvem, consultoria e serviços gerenciados, além de soluções em inovação e transformação digital. “Embora nosso mercado esteja em alta, a concorrência é enorme e é necessário ter uma estrutura para levar tecnologias que agreguem rapidamente benefícios para nossos clientes”, disse à DINHEIRO Sukarie.

R$ 25 mi é o investimento previsto para 2023 pela brasoftware. com isso, a empresa espera crescer 15% na soma do ano

A ascensão recente acelerada da empresa vem de uma preparação durante os últimos dez anos para estabelecer estruturas regionais. “Investimos pesado na última década para atender fora do eixo Rio-São Paulo”, afirmou. Hoje a companhia já tem escritórios também em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Salvador e 12 outras cidades, incluindo Norte e Nordeste. No início do projeto, 90% do faturamento vinha apenas de São Paulo. Atualmente, as filiais regionais já representam 45% das receitas. Em algumas regiões, ele superou 130%. Visando manter o crescimento em 2023, os planos além da regionalização são de continuar investindo em inovação, principalmente nas áreas de FinOps (gerenciamento financeiro na nuvem), análise de dados e cibersegurança.

Claudio Gatti

“Investimos ↓na última década para atender fora do eixo Rio-São Paulo e hoje as regionais já equivalem a 45% das receitas” Eduardo Sukarie sócio-fundador da Brasoftware.

Além de focar o cliente, a empresa também está cada vez mais atenta a movimentos internos, com programas de inclusão e capacitação. A companhia criou há seis anos a Brasoftware Academy, estrutura dedicada à capacitação que já certificou mais de 350 colaboradores e atendeu mais de 20 mil profissionais e estudantes. Amanda Almeida, CMO da Brasoftware, diz que esse foco em educação deve continuar, principalmente com o aumento da escassez de mão de obra qualificada para posições de tecnologia. “Sempre tivemos uma cultura voltada à formação de profissionais, mas percebemos ser necessário ampliar nossos investimentos”, afirmou.

A empresa também planeja uma consolidação na área de Customer Sucess (sucesso do cliente), para ampliar a entrega de benefícios e ações por segmento de indústria. É a maneira que a empresa se posiciona para manter a relevância com o cliente, segundo Sukarie. “E um de nossos principais desafios”, afirmou o executivo. Com um plano bem estruturado e faturamento à altura para sustentar os R$ 25 milhões em investimentos para 2023, a Brasoftware tem tudo para crescer e alcançar até mais que o crescimento esperado para 2023, de 15%.