20/06/2012 - 21:00
As conferências promovidas por organismos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), e instituições financeiras globais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, cada vez mais vêm se tornando um palco para os integrantes da chamada sociedade civil: empresários, pesquisadores e ativistas. Na Rio +20 não deverá ser diferente. Especialmente por conta da anunciada ausência de importantes líderes globais. A lista inclui o presidente americano Barack Obama, o presidente francês François Hollande, a chanceler alemã Angela Merckel e o premiê britânico James Cameron. Isso, no entanto, não indica que o evento esteja fadado ao fracasso. Bem ao contrário.
A dificuldade de os governos celebrarem acordos e assinarem tratados fez com que as corporações se tornassem cada vez mais protagonistas. E, no Rio de Janeiro, isso ficará mais evidente ainda. Executivos das maiores empresas do mundo, em diferentes setores, foram os primeiros a confirmar sua presença. As mesas-redondas e fóruns de debates realizados em torno do pavilhão vêm sendo palco de financistas do porte de Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central e dono da Gávea Investimentos, e de executivos como Olivier Murguet, presidente da Renault do Brasil, e o vice-presidente global de meio ambiente e recursos hídricos da Coca-Cola, Jeff Seabright. Muitas dessas corporações veem o Brasil como um laboratório para suas ações de sustentabilidade.
É o caso, por exemplo, da PepsiCo, dona das marcas Elma Chips, Frito-Lay e Quaker. A companhia escolheu o País como ponto de partida de sua Política Global de Sustentabilidade destinada aos parceiros agrícolas. Essa é uma das experiências que seus dirigentes pretendem apresentar na Rio +20. “Queremos ser um ator atuante na conferência”, disse à DINHEIRO Robert ter Kuile, diretor mundial de sustentabilidade da PepsiCo. O Brasil também está se beneficiando das políticas ambientais adotadas pelas matrizes das corporações que atuam por aqui. Uma delas, a alemã Volkswagen, possui em seu plano estratégico a obrigatoriedade de produzir parte da energia que consome. Foi a senha para que a filial da montadora começasse a investir nessa área.