A decisão do Comitê de política Monetária (Copom) do Banco Central, na noite da quarta-feira 28, foi tão óbvia quanto infeliz. Por unanimidade, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e os seus diretores elevaram novamente a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, a 9% ao ano, e repetiram o mesmo comunicado da reunião de julho. “O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio.” 

 

115.jpg

Reunião do Copom: alta dos juros é uma ducha de água fria no setor produtivo

 

A guerra contra a inflação não foi vencida quando deveria, e o Copom, ao fazer mais do mesmo neste ano, não consegue tomar as rédeas das expectativas do mercado. A desvalorização cambial das últimas semanas, que ganhou terreno fértil diante de falhas de comunicação do BC, pode pressionar ainda mais a inflação. Para o setor produtivo, a alta dos juros, um remédio antigo e recessivo, é uma ducha de água fria. “Se utilizada em proporções excessivas, essa medida poderá provocar retração dos investimentos”, afirmou, em nota, a CNI. “Estabilidade e crescimento exigem combinação de políticas monetária e fiscal.”