01/12/2010 - 21:00
Na quarta-feira 24, o discreto empresário Antonio Iafelice, dono da Agrenco, que já foi uma das maiores empresas do agronegócio no País, estava eufórico. Com razão. O empresário recebeu a notícia de que o Ministério Público desistiu de recorrer do arquivamento do processo contra sua empresa, episódio que desde 2008 se transformou em uma das mais desastrosas ofensivas da história da Polícia Federal, batizada de Operação Influenza. “É uma das mais injustas e dolorosas experiências que alguém pode passar”, desabafou Iafelice à DINHEIRO. Em junho de 2008, o empresário foi preso em São Paulo sob acusações de sonegação fiscal e fraude de balanço. Ficou atrás das grades por 15 dias, até ganhar o direito de responder a processo em liberdade.
O tombo de um gigante: Operação Influenza derrubou a Agrenco e causou prejuízos aos acionistas
O show pirotécnico da Polícia Federal não apenas deixou um trauma como também custou caro. No dia da prisão, as ações da Agrenco valiam R$ 4,40 na bolsa. Menos de 24 horas depois, era negociada a R$ 0,11. O tombo levou a companhia à recuperação judicial. Com a imagem arranhada e sem crédito, cortou três mil funcionários.
A decisão do MP coloca um ponto final na novela, mas não limpa o estrago feito à empresa de Iafelice e aos acionistas, que estão com seus recursos bloqueados desde fevereiro, quando a Agrenco teve o registro cancelado na CVM. “Enfim, acabou”, disse o empresário.