15/10/2015 - 18:39
No final de 2014, o executivo Lasaro Carmo Júnior, 46 anos, surpreendeu o mercado ao anunciar sua saída da Jequiti Cosméticos para dedicar mais tempo aos três filhos. A surpresa se deveu ao fato de que, como CEO, ele gozava de uma posição de prestígio na empresa do grupo Silvio Santos, onde atuou por sete anos e fez as vendas darem um salto de R$ 20 milhões para R$ 523 milhões. Mas o período sabático, previsto para durar um ano, foi abreviado menos de três meses depois, graças a um convite da americana Jafra.
“Topei na hora”, afirma o executivo, que agora dirige as operações da Jafra na América do Sul. “Sou movido a desafios e enxerguei na proposta as condições ideais para fazer um bom trabalho.” Com um faturamento global de US$ 1,5 bilhão obtido com a venda de cremes, perfumes e artigos de maquiagem, a empresa até hoje não conseguiu voar alto no Brasil. No ano passado, obteve receita de R$ 100 milhões, graças ao esforço das 23 mil consultoras. Para acelerar o passo, Carmo Júnior propôs um plano ousado à matriz, que inclui a diversificação dos canais de venda e a contratação de celebridades como garotas-propaganda.
A escolhida foi a ex-modelo e apresentadora Adriane Galisteu, que poderá formar uma dupla com sua colega Sabrina Sato, segundo rumores do mercado. “Estamos adaptando as estratégias globais para a realidade brasileira”, diz. O executivo não revela o volume de recursos que terá à disposição. Mas diz que será expressivo, “na casa dos milhões de dólares”. Nessa bolada está incluída a verba para intensificar o ritmo de nacionalização dos produtos, iniciada em março e que deve chegar a 80%, ao longo de 2016. Com isso, os custos deverão cair em até 30%, dependendo da linha de produtos, além de propiciar um controle mais apurado do fluxo dos estoques, pois reduz o prazo de entrega dos 180 atuais para um período entre 70 dias e 90 dias.
A importação será restrita aos itens mais nobres, como a linha Royal Jelly, de tratamento facial e corporal, que são vendidos a preços que variam entre R$ 96 e R$ 246. A armazenagem, hoje terceirizada e espalhada por vários Estados, será concentrada em um Centro de Distribuição próprio, em São Paulo. A estratégia também inclui a venda dos produtos no varejo. Primeiro através de parcerias com grifes famosas, como a Iódice e, na sequência por meio de uma rede de lojas franqueadas. “Uma marca que atua com o público A e B, não pode se limitar a um único canal de distribuição”, afirma o CEO da consultoria Directbiz, Marcelo Pinheiro.