Era mais uma manhã na ensolarada Pacatuba, a 35 quilômetros de Fortaleza, quando o executivo Carlos Orlando, diretor-geral da Weber Saint-Gobain (ex-Weber Quartzolit), chegou à cidade com a missão de vistoriar um terreno na antiga rodovia CE 060. A cena aconteceu no primeiro semestre de 2010. Naquele local, caso fosse aprovado por Orlando, seria construída a 14ª unidade industrial da fabricante de argamassas no País, controlada pelo grupo francês Saint-Gobain, com investimentos da ordem de R$ 30 milhões. 

 

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“Vamos anunciar mais duas unidades industriais no Sul e Sudeste”

Carlos Orlando > diretor da Weber Saint-Gobain

 

A compra do terreno no Ceará acabou sendo fechada em novembro do ano passado. “As obras começam em fevereiro e devem ser concluídas em setembro”, diz Orlando. Em seu primeiro ano de funcionamento, a nova fábrica deve contribuir com uma receita de R$ 50 milhões para o faturamento de R$ 1 bilhão da Weber Saint-Gobain. 

 

Quando estiver pronta, vai gerar 50 empregos diretos e produzir 70 mil toneladas de argamassa para atender, além do mercado cearense, clientes nordestinos no Piauí e nos Estados do Amazonas e Pará, no Norte do País.

 

A Weber Saint-Gobain não é uma novata no Nordeste. A fábrica de Pacatuba é sua terceira unidade industrial na região – as outras duas estão localizadas nos municípios de Abreu e Lima (PE) e Camaçari (BA). 

 

Tanto interesse em fortalecer suas bases na região, tem uma explicação fácil de se entender. O crescimento do setor de materiais de construção no Nordeste foi de 14,6%, em média, entre os anos 2005 e 2009, de acordo com dados da Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat), entidade que representa as empresas do setor. Esse desempenho é mais de cinco pontos percentuais superior à média nacional, que foi de 9,3% no período. 

 

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“Além do aumento de salário das classes de menor poder aquisitivo, a redução do IPI para os materiais de construção, o início do Programa Minha Casa Minha Vida e o aumento do financiamento foram fatores essenciais para explicar esse avanço”, afirma Melvyn Fox, presidente da Abramat. 

 

A fábrica de Pacatuba vai produzir argamassas coloridas, uma exigência do consumidor local. “O Ceará consome produtos mais sofisticados”, diz Orlando. Em sua primeira etapa, serão fabricados cinco tipos diferentes de argamassas. No futuro, 25.

 

Esse não é o único investimento da Weber Saint-Gobain em 2011. A companhia está também construindo uma fábrica em Ibiporã, no norte do Paraná, que começa a operar em julho. As duas novas unidades fabris fazem parte do plano estratégico de ampliar a capacidade de produção da empresa em 400 mil toneladas de argamassas e rejuntamentos até 2016.  Dessa estratégia de expansão, fazem parte as unidades inauguradas no ano passado em Manaus (AM) e Camaçari (BA). 

 

Os investimentos nessas quatro obras e nas reformas nas unidades de Santa Luzia (MG) e Anápolis (GO) totalizarão R$ 140 milhões. “Vamos anunciar mais duas fábricas na regiões Sul e Sudeste”, diz Orlando. 

 

“Falta apenas escolher o local.” Segundo ele, a Weber Saint-Gobain deve abrir, ainda, dois novos centros de distribuição em 2011. O mais adiantado será inaugurado em Porto Velho (RO), em abril. O outro será instalado em São Luís (MA).