03/02/2023 - 1:50
Sacolas, garrafas, copos e canudos feitos de plástico são úteis, porém um pesadelo para a natureza no pós-consumo. Além da poluição visual, demoram cerca de 400 anos para se decompor matando diversos animais nessa jornada. O curioso é que os primeiros plásticos criados pelos homens foram feitos de materiais biodegradáveis.
Em vez de petróleo, latex natural ou celulose. Foi somente em 1907, quando o químico belga Leo Baekeland (1863-1944) criou a primeira versão totalmente sintética e comercialmente viável, o Bakelite, que o problema começou. Hoje, mais de 8 milhões de toneladas do material acabam nos oceanos, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
Sua produção também passou a ser fonte de outra preocupação: feito de combustível fóssil tem alto potencial de emissão de carbono. Estudo do projeto Beyond Plastics, ligado ao Bennington College (EUA), mostra que o material emite ao menos 232 milhões de toneladas de CO2 durante sua vida útil. Problema dado, empresas e academias se debruçam para tentar resolvê-los.
Um dos caminhos foi voltar à origem buscando formas de usar a biodiversidade como matéria-prima para substituir o petróleo. Exemplos já existem. Caso do bioplástico feito a partir da cana-de-açúcar. Produzido em escala industrial pela Braskem, vira até móveis de decoração. Outros são mais experimentais, como os que usam amido, borra de café ou folhas de bananeira. Esses ainda precisam comprovar a viabilidade econômica. De qualquer forma, a ciência também nos mostra que de vez em quando voltar ao passado é uma boa solução.

(Nota publicada na edição 1310 da Revista Dinheiro)