O mundo da tecnologia tem suas lendas. Bill Gates, Steve Jobs ou Tim Berners-Lee alcançaram essa honraria por um motivo: são sinônimos de inovação. Inúmeros novos ‘gênios’ desse mundo ficaram por trás da cortina com a evolução do segmento, muitas vezes por terem uma tecnologia muito complexa e que não atingia o público amplo. As soluções de software e dados da Databricks escaparam da cilada e abraçaram essa genialidade. Por isso, ser considerada uma revolução no mercado de dados fez a empresa criada em 2013 captar US$ 3,5 bilhões entre suas rodadas de investimentos e o valuation chegar a US$ 38 bilhões.

Os especialistas a veem como o potencial maior IPO da história. “Existe uma expectativa gigantesca dentro daquilo que a Databricks pode fazer”, disse à DINHEIRO Flavio Valiati, diretor de Vendas Latam da empresa. Com menos de dez anos de vida, a companhia já tem 4,5 mil funcionários e mais de 20 escritórios em 12 países. Para os não iniciados com a marca, a pergunta é a mesma: qual a solução que ela traz? No resumo, é um software que une dois tipos de arquiteturas de bancos de dados: a Data Lake, um repositório centralizado de dados estruturados e não estruturados em qualquer escala, mais a Data Warehouse, um banco de informações projetado especificamente para análises de dados. O conjunto dessas estruturas, junto a uma interface de visualizações de insights, é o que torna a solução inovadora e poderosa para as empresas. E atrai como clientes desde gigantes do varejo a instituições financeiras.

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EXPANSÃO A companhia tem agora como foco o mercado latino-americano, com o centro das operações no Brasil e o objetivo é criar um hub de atuação no continente. De início, a ação será criar uma estrutura física no País, com um escritório e contratação de colaboradores para áreas básicas, como marketing e canais de parceria. Marcelo Souza, vice-presidente regional para Latam da Databricks, disse que neste ano eles pretendem aumentar o ecossistema no Brasil. “E continuar capacitando mão de obra e investindo nos relacionamentos com os parceiros.”

Valiati comenta que o crescimento anual está na casa dos 80% a nível global. Na América Latina, estima que os números podem estar acima dos 150%. Parte desse avanço se dá de forma não orgânica. Assim, aquisições como a da startup alemã 8080 Labs também têm sido parte da estratégia de crescimento, agregando ferramentas de low-code às soluções de software que já oferece. Em outubro do ano passado também foi adquirida a Datajoy, visando aumentar as possibilidades de geração de insights dentro da plataforma. “A gente está pensando sempre em inovação, e as aquisições fazem parte disso”, disse Valiati.