26/08/2022 - 0:15
Na entrevista dada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional, na segunda-feira (22), a palavra economia apareceu 11 vezes. Cinco da boca do político. As demais em perguntas do apresentador William Bonner. Na primeira, Bolsonaro diz que o lockdown atrapalhou a economia. Depois, o jornalista pergunta “qual é o seu plano, uma vez reeleito, para cumprir num segundo mandato as promessas que o senhor fez em 2018 para a economia?”. JB responde:
— Primeiro: as promessas foram frustradas pela pandemia, por uma seca enorme que tivemos no ano passado e também pelo conflito da Ucrânia com a Rússia. Se você pegar os dados de hoje, você vê o Brasil como talvez o único país do mundo com uma deflação, um país onde vai ter uma inflação menor do que, por exemplo, Inglaterra, menor que os Estados Unidos. Você vê também que a taxa de desemprego tem caído no Brasil.
— Os números da economia são fantásticos levando-se em conta o resto do mundo. Nós não podemos… Se fosse apenas o Brasil com esse problema, eu seria o responsável. O que nós pretendemos fazer? É continuar exatamente na política que vínhamos fazendo desde 2019.
— A grande vacina a favor da economia em 2019 foram reformas, como, por exemplo, da previdência. Foi, por exemplo, a Lei da Liberdade Econômica. Foi a modernização das NRs, das normas regulamentadoras. Milhares de normas nós deixamos de lado, nós revogamos. Então, a grande reforma da economia foi feita… A grande vacina foi feita em 2019, e fez com que nós pudéssemos suportar 2020.
— Nós pegamos 2020 e 2021 e tivemos um saldo positivo de quase três milhões de empregos no Brasil, diferente de 2014 e 2015, que tivemos uma perda de quase três milhões de empregos no Brasil. E isso é sinal do quê? Competência da equipe econômica. Programas como, por exemplo, o Pronampe e o BEM, preservaram mais de 10 milhões de empregos no Brasil.
— O próprio auxílio emergencial, num primeiro momento, R$ 600 fez com que a economia, em especial nos pequenos municípios, o município não colapsasse. Então, essas medidas, entre outras, fizeram a gente romper 2020 e 21. Já 2022, quando veio a guerra agora, problema nós tivemos, fui na Rússia negociar fertilizantes com o presidente Putin. Se não tivesse ido, não teríamos fertilizantes para a nossa safra agora deste segundo semestre. Isso é importante.

CIRO: “É preciso consolidar todos os programas de transferência”
No mesmo modelo do que fez com Jair Bolsonaro, o Jornal Nacional sabatinou Ciro Gomes na terça-feira (23). Lula seria sabatinado na quinta-feira (25) e Simone Tebet, na sexta (26). No caso de Ciro, o termo economia apareceu apenas duas vezes. O apresentador William Bonner puxa a pergunta para o Renda Família. Ciro responde:
— Vou pegar todos os programas de transferência [aposentadoria rural, seguro desemprego, Bolsa Família, Auxílio Brasil] e transformar num direito previdenciário constitucional, ou seja, ninguém mais vai depender de político A, político B, eleição A, como está acontecendo. (…) E essa consolidação dá R$ 290 bilhões.
No segundo momento em que o candidato trata de economia ele fala de desenvolvimento sustentável e diz:
— Não podemos imaginar que só repressão resolve. Temos de fazer, primeiro, uma base de desenvolvimento sustentável, que chega no território. Zoneamento econômico-ecológico é estabelecer no mapa um georreferenciamento com satélite: “Aqui pode, aqui não pode”.
— Não é só Amazônia. Tem Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal. O nosso povo só sabe desmatar, pega a madeira-de-lei sensível, corta e ganha (…) Ele não entende como é que vai passar fome com aquela árvore ali podendo dar US$ 2 mil com contrabando. Então vamos ajudar a acontecer essas alternativas. E repressão vai para o marginal.
ALIMENTOS
Churrasquinho sem carne
A queda da renda do brasileiro e o aumento da exportação vão afetar o churrasquinho nosso do fim de semana. Segundo a Conab, a média de consumo de carne vermelha por pessoa em 2023 será de 25 quilos. O resultado fica em linha com o que deve se consumido neste ano (24,9 quilos) que foi o menor indicador registrado em 26 anos. A título de comparação, em 2019, a média de consumo de carne bovina foi de 33,9 quilos por pessoa. A queridinha do brasileiro é a carne de frango, cujo consumo deve saltar 13% entre 2022 e 2023. Pelo menos enquanto o preço permitir.
R$ 737 milhões é o valor que as emissoras de rádio e TV vão ter de isenções de imposto para transmitir o horário eleitoral obrigatório de 2022. Desde 2000, a Receita deixou de cobrar mais de R$ 10 bilhões devido a essa renúncia fiscal concedida às emissoras

“O coronavírus lambeu 0,2% da população” Eduardo Pazuello Ex-ministro da Saúde que, além de trocar Manaus por Macapá, não sabe que a pandemia ceifou 0,3% da população brasileira, três vezes mais que a média mundial.
INTERNACIONAL
Sorria, você não está na Argentina!

Se você é um daqueles brasileiros que acordam pensando qual vai ser a tragédia da vez na República das Bananas que se acostumou chamar de Brasil, um alento: você podia ter nascido argentino. E as coisas lá estão difíceis. Com o pedido de prisão da vice-presidente Christina Kirchner, a inflação acima de 70% em um ano e a retirada dos subsídios de energia, o povo está tenso e desconfiado. Combinação nada boa para o sistema financeiro local que viu mais de US$ 1 bilhão deixar os bancos por saques nas últimas sete semanas. Segundo o Banco Central argentino, os depósitos totais caíram para US$ 14,55 bilhões em 16 de agosto, menos da metade dos US$ 32 bilhões registrados no sistema bancário em 2019, antes da eleição de Alberto Fernández.
IBGE
O pesadelo do empreendedor

Se você tem uma ideia incrível para criar uma empresa de serviço, talvez devesse pensar melhor. É o que alertam os dados da Pesquisa Anual de Serviços 2020 (PAS 2020), organizada pelo IBGE. Segundo o levantamento, houve uma baixa de 1,1% no número de empresas do setor entre 2019 e 2020. A maior perda em número de empresas foi nos serviços principalmente às famílias. O total de unidades caiu 14,3% entre 2019 e 2020, passando de 417,6 mil para 357,8 mil, diferença de 59,8 mil empresas. E aos caminhoneiros, uma notícia não tão boa: o subgrupo dos transportes deixou de ser o mais volumoso, posto agora ocupado pelos serviços administrativos & profissionais que detêm 28,4% do total da CNPJs.