19/08/2022 - 4:40
São pouco mais de dois anos de estrada, mas a Voltz mostra a cada quilômetro energia – e autonomia – para cruzar o Brasil. Ou quem sabe até as fronteiras da América Latina. A montadora pernambucana de motos elétricas iniciou as atividades em novembro de 2019 e, desde então, alcançou proeza quase inimaginável no mundo das duas rodas: superou em vendas nada menos do que as tradicionais Harley Davidson, Suzuki e Ducati juntas. “Este ano a Voltz já vendeu mais do que em todo o ano passado”, afirmou à DINHEIRO Renato Villar, CEO da Voltz.
Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenauto), de janeiro a julho, a empresa emplacou 2,9 mil unidades, em 11º lugar no ranking geral, contra 1,1 mil da americana Harley Davidson (12ª), 736 da japonesa Suzuki (14ª) e 604 da italiana Ducati (15ª). A indiana TVS ficou em 13º, com 1 mil. É fato que a diferença de preços entre as marcas é grande. Enquanto a brasileira começa em R$ 14,9 mil (EV1 Sport), a Harley mais barata não sai por menos de R$ 104 mil (Low Rider S 117). Mas o salto é relevante: em 2021, a Voltz vendeu 967 exemplares.
Além da scooter elétrica EV1 Sport, integram o catálogo da bandeira a EVS, estilo street (parte de R$ 19,9 mil à vista), e a EVS Work, modelo cargo voltado para uso profissional e preço partindo de R$ 16,4 mil. Ainda no primeiro semestre a montadora disponibilizou ao mercado o Miles, triciclo elétrico projetado para realizar entregas. Com preço a partir de R$ 32 mil, o veículo é destinado a empresas e indústrias.
Os quatro modelos são produzidos na fábrica da Voltz em Manaus, inaugurada em maio após investimento de R$ 12 milhões. São duas linhas de produção, uma para scooters e outra para motos. A capacidade instalada é de até 15 mil motos por mês, 180 mil por ano. A empresa trabalha nos próximos lançamentos, entre eles a EV1+, modelo scooter que já está em fase de testes e prevista para chegar ao mercado ainda em 2022.
O aumento na procura por veículos eletrificados é, na visão dele, reflexo dos aumentos acumulados dos preços dos combustíveis, além de as pessoas estarem mais conectadas globalmente e conscientes das questões sociais e ambientais.
Apesar de as operações estarem voltadas ao mercado nacional, o CEO diz que a exportação de modelos à América Latina (inicialmente Colômbia e México) estão nos planos, assim como à Europa (Espanha). “Mas só após consolidarmos nossa presença e demanda do mercado interno.”