21/02/2014 - 21:00
Na manhã da quinta-feira 27, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o crescimento do PIB em 2013. Embora reflita um cenário envelhecido, o dado é aguardado com expectativa pelos analistas, que poderão calibrar as suas perspectivas para 2014. A ansiedade do mercado, no entanto, vem sendo minimizada pelo indicador mensal de atividade (IBC-Br), calculado pelo Banco Central (BC). É uma tentativa de monitorar mês a mês a evolução da conjuntura macroeconômica e, assim, traçar os próximos passos da política monetária.
O IBC-Br apontou uma alta do PIB de 2,57% no ano passado, patamar superior ao esperado pelos analistas para o dado oficial do IBGE, entre 2% e 2,3%. Qual será o número mais próximo da realidade? Quando se trata de crescimento econômico, é bom ter cautela. Desde que foi criado, em 2010, com dados retroativos a 2003, o IBC-Br tem se aproximado do PIB, mas raramente acerta na mosca. Isso ocorre porque cada indicador possui sua própria metodologia. “Essas diferenças pontuais e de pequena magnitude também se devem à periodicidade”, diz Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.
O indicador do BC é calculado em bases mensais e o PIB, trimestralmente. Outra diferença entre os dois é que o IBGE faz uma ampla pesquisa da atividade econômica, seguindo critérios internacionais. Já o BC desenvolveu o IBC-Br para ser um indicador coincidente e com menos defasagem de tempo. Para isso, faz uso de estimativas a partir de variáveis macroeconômicas e fórmulas estatísticas secretas.
Segundo compilação de dados do BES Investimentos, os dois indicadores têm evolução bem parecida no longo prazo (veja quadro). Em sua maioria, os economistas olham os dois índices como complementares. O IBC-Br ajuda a calibrar as projeções de crescimento, enquanto o PIB mostra os setores da economia que estão em expansão e os efeitos estatísticos para os próximos trimestres. “O IBC-Br é um bom dado provisório do PIB”, diz Rafael Ihara, economista do banco Brasil Plural. Mas é o indicador do IBGE que mexe com os ânimos do mercado e do governo ao constatar “pibinhos” e “pibões”.