Em seus mais de 60 anos no País, a televisão se tornou um item obrigatório nas casas dos brasileiros. Segundo dados do IBGE, 95% das residências possuem pelo menos um aparelho. Os telespectadores, no entanto, não se contentam apenas com uma boa imagem. A demanda é por doses cada vez maiores de tecnologia, alta definição e conexão à internet. Essa avidez pelos últimos lançamentos é que vem fazendo a alegria dos fabricantes. A chinesa TPV que o diga. Desde que assumiu o negócio de tevê da holandesa Philips, em 2011, seu faturamento global só cresceu, chegando a US$ 13 bilhões no ano passado.

No Brasil, com a sinergia, as vendas devem chegar a R$ 2 bilhões neste ano, ante R$ 900 milhões em 2013. “Juntamos a inovação europeia com a capacidade de produção chinesa”, diz Eduardo Brunoro, presidente da TPV no País. A TPV espera, agora, convencer o consumidor de que as tevês chinesas são as melhores não só em custo, mas também em qualidade. “O preconceito está acabando”, diz Brunoro. Segundo ele, 75% dos componentes utilizados pelas rivais no mercado nacional são importados do país da Grande Muralha. O plano da TPV é fazer da marca Philips sua linha premium.

Ao mesmo tempo, ela espera tornar a AOC a primeira opção para quem está entrando no mundo da alta definição e das telas planas e finas, como nos casos dos aparelhos de LCD e LED. Com essa estratégia, a TPV visa aumentar sua participação no setor, hoje estimada em 14% do mercado. No caso dos televisores AOC, um programa em especial, o Minha Casa Melhor, que financia a compra de móveis e eletrônicos para os participantes do Minha Casa Minha Vida, deve turbinar as vendas. Já para os aparelhos Philips, o objetivo é enfrentar de igual para igual a japonesa Sony e as coreanas Samsung e LG.

A execução do plano pode ser facilitada pelo bom momento vivido pelo setor neste ano. Segundo dados da Eletros, a associação dos fabricantes de aparelhos eletrônicos, nos cinco primeiros meses deste ano, o comércio de televisores aumentou 43%, crescimento puxado pelo efeito Copa do Mundo. A estimativa é de que 16 milhões de unidades sejam vendidas no ano, ante 14,8 milhões em 2013. “As pessoas passaram a ver televisão como tecnologia e querem sempre a mais avançada”, diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros.