20/11/2015 - 17:00
Os boatos de que o governo estuda aumentar o imposto de importação do aço beneficiaram as ações das siderúrgicas CSN, Usiminas e Gerdau, que abriram o pregão de quarta-feira 18 sob forte alta. Hoje, as alíquotas para o setor variam de 8% a 14% e, temporariamente, poderiam subir para 15% a 20%. A medida viria para estancar a queda das vendas, que acumula retração de 15,2% neste ano. No entanto, o Brasil já é visto internacionalmente como protecionista, com taxa média de 10%, ante 3,2% dos demais países. O BTG Pactual alertou seus clientes a se precaverem de movimentos repentinos de forte alta nesses papéis. Para as siderúrgicas como a Usiminas, comandada pelo executivo Romel de Souza, que vem sendo penalizada pelos investidores, a confirmação do imposto pode reduzir as perdas do ano na bolsa de valores.
Educação
Mais uma compra da Estácio
A Universidade Estácio de Sá, do CEO Eduardo Alcalay, adquiriu a Faculdade de Castanhal, do Pará, por R$ 26 milhões. O negócio foi anunciado ao mercado no fechamento do pregão de terça-feira 17, mas a ação da empresa registrou valorização de 10% no fechamento do dia – a Kroton, por exemplo, teve alta de 3,2%. O banco Morgan Stanley apareceu como o maior comprador, com o triplo do volume do Citibank. A transação, porém, não foi intermediada por nenhum banco de investimento. À primeira vista, essa pareceu uma tacada certeira do Morgan.
Touro x Urso
Nada indica que as notícias sobre o Planalto serão mais tranquilas nesta semana. Num momento em que os fundamentos ficam escondidos atrás das nuvens escuras dos bastidores políticos, qualquer sopro pode ser motivo para o touro acordar.
Recorde na Braskem
A ação da Braskem (BRK5) bateu, na última terça-feira 17, seu preço máximo de negociação de R$ 25, que havia sido registrado em fevereiro de 2005. A petroquímica, que negocia com a Petrobras a renovação do contrato de fornecimento da nafta, deve ter mais da metade de sua receita proveniente do mercado internacional, em 2016. No ano que vem, a empresa coloca em operação sua unidade no México.
Destaque no pregão
BM&FBovespa sem medo de ser feliz
A BM&FBovespa formalizou sua proposta para aquisição da Cetip. A bolsa comandada por Edemir Pinto ofereceu cerca de R$ 10 bilhões pela maior central depositária de títulos da América Latina, o equivalente a R$ 39 por ação e um prêmio de 15,5%. O Conselho de Administração da Cetip tem 10 dias para recomendar ou não a oferta aos acionistas. Se depender do mercado, a proposta deve ser rejeitada. A maioria dos analistas considera a oferta insatisfatória, com prêmio baixo e poucas sinergias.
Palavra do analista:
Em relatório, o analista do Credit Suisse, Victor Schabbel, avalia que são necessárias melhores condições para o negócio se concretizar. Até agora, elas são atrativas para os acionistas da BM&FBovespa, mas não para os da Cetip. A valorização potencial, depois de todas as sinergias, é calculada em 5%.
Mineração
Vale com perspectiva negativa
A agência de classificação de risco S&P manteve o rating da Vale em “BBB”, com perspectiva negativa. Os desafios da empresa não parecem pequenos no curto prazo. O preço do minério de ferro segue pressionado, o que pode obrigar a companhia dirigida por Murilo Ferreira a liberar mais capital de seus ativos para não aumentar o endividamento. Além disso, a Vale terá de capitalizar a Samarco, joint venture com a anglo-australiana BHP, que terá um custo bilionário para voltar a operar, após a queda de barragens em Mariana, que provocou um imenso desastre social e ambiental.
Mercado em números
Itaú Unibanco
R$ 10 bilhões - É o volume de vendas que o Itaú Unibanco e a Netshoes projetam movimentar, nos próximos cinco anos, com o cartão co-branded lançado na semana passada.
Energia elétrica
R$ 6 bilhões - É a expectativa de financiamento de bancos públicos e privados para os vencedores da relicitação de 29 usinas hidrelétricas que acontece na quarta-feira 25. O valor da outorga está avaliado em R$ 17 bilhões.
Bradesco
R$ 3 bilhões – Foi a proposta de aumento de capital feita pelo Bradesco para os seus acionistas. O Conselho de Administração aprovou, também, a distribuição de R$ 4 bilhões em juros sobre o capital próprio
Energisa
R$ 250 milhões – É o aumento de capital que está sendo promovido pela Energisa. A expectativa é concluir todo o processo nesta semana. O direito à subscrição foi encerrado em 30 de outubro.