Destaque no pregão

 

A Gol enfrentou uma semana turbulenta na bolsa. Na segunda-feira 1º, os papéis dispararam e subiram 10,6%, com o anúncio de que a empresa faria um comunicado após o fechamento do pregão. Esperançosos, os acionistas apostaram nos boatos de venda de parte da empresa ou uma associação com um investidor estratégico. No entanto, o que o presidente da companhia, Paulo Kakinoff, divulgou foi a compra de 60 aviões Boeing 737 MAX, no valor de US$ 6 bilhões. Mesmo sendo uma notícia importante e positiva, a reação do mercado foi negativa. Resultado: as ações caíram 10,9% no pregão seguinte, devolvendo os ganhos do dia anterior, e voltaram a oscilar entre altas e baixas nos pregões que se sucederam. Em quatro dias, os papéis acumulam queda de 1,6% e, no ano, de 8,5%.

 

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Palavra do analista: Alan de Oliveira, analista da Futura Investimentos, diz que a Gol enfrenta problemas financeiros e a vinda de um sócio melhoraria o caixa e a liquidez. Segundo ele, o movimento das ações demonstra as incertezas no horizonte. “A volatilidade dos papéis deve continuar até que fiquem claros ao investidor os rumos que a empresa vai tomar”, diz. 

 

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Touro x Urso

 

A divulgação da ata do Federal Reserve, o banco central americano, na quinta-feira 4, indicando mais medidas de estímulo para a economia dos EUA, deverá manter os preços em alta em Wall Street. Essa alegria americana, porém, deve continuar provocando um efeito colateral por aqui: animados, os investidores estrangeiros deverão manter a tendência de venda das ações brasileiras para aproveitar as pechinchas no pregão americano da bolsa de NY, reduzindo o fôlego para altas sustentáveis. Só com notícias positivas sobre a economia brasileira o Ibovespa poderá superar 60 mil pontos.

 

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Varejo


Pão de Açúcar vale R$ 24,4 bilhões

 

O valor de mercado do Grupo Pão de Açúcar iniciou outubro batendo um recorde, alcançando R$ 24,4 bilhões. Na quinta-feira 4, as ações fecharam cotadas a R$ 93,12. A empresa fará uma assembleia no dia 18 de outubro para mudar seu estatuto, criando o cargo de vice-presidente do conselho de administração.

 

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Papéis avulsos


Linha cruzada na TIM

 

A notícia veio a público na terça-feira 2. A JVCO, acionista minoritária da TIM, teria enviado uma denúncia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Securities Exchange Comission (SEC), afirmando que a operadora tem uma dívida de R$ 6,6 bilhões e não possui provisões para isso. A TIM negou as acusações, mas não foi suficiente para evitar o prejuízo. As ações caíram 4,7% e não se recuperaram nos pregões subsequentes. Segundo os analistas da Planner Corretora, a reação à notícia foi natural, e os papéis devem continuar voláteis. Mesmo assim, eles recomendam comprar as ações, e avaliam que seu preço justo é de R$ 10,90.

 

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Bebidas


Ambev brinda impostos menores

 

Depois de a Receita Federal adiar para 2013 o aumento da carga tributária do setor de cervejas, previsto, anteriormente, para vigorar desde a segunda-feira 1º, as ações da Ambev abriram a semana entre as maiores altas do Ibovespa. Em outubro, até a quinta-feira 4, os papéis acumulavam ganhos de 4,7%. Em 12 meses, a alta é de 48,8%. Além do adiamento, o mercado comemorou o alongamento do prazo do reajuste, que cresceu de quatro para seis anos.

 

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Quem vai lá


CCDI conclui saída da bolsa

 

A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) concluiu seu fechamento de capital. A empresa realizou na terça-feira 2 uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), em que foram negociadas 34,5 milhões de ações ordinárias, a R$ 5,52 por ação. A operação movimentou R$ 190,3 milhões, e permitiu sua saída do Novo Mercado e o cancelamento de seu registro como companhia aberta.

 

 

 

 

Educação financeira

 

O jornalista mexicano José Martinez lança, pela Editora Prumo, a biografia do bilionário Carlos Slim. 256 páginas, R$ 39,90.

 

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Mercado em números


Petrobras 

US$ 6 bilhões – É o valor em ativos no Golfo do México que a Petrobras estuda vender, em um de seus maiores desinvestimentos. A BHP Billiton pode estar entre potenciais compradores.

 

Vale 

US$ 3 bilhões - É quanto a mineradora vai destinar para a remuneração de seus acionistas, referente a 2012. O valor é equivalente a US$ 0,582 por ação e terá de ser aprovado pelo conselho da Vale. 

 

Fibria

US$ 20 milhões - Foi o valor pago pela produtora de celulose para adquirir 6% das ações da empresa americana de tecnologia de biocombustível Ensyn. 

 

Rossi Residencial

R$ 50 milhões - Foi o lucro líquido da construtora no segundo trimestre de 2012, segundo dados revisados. Antes da revisão, a empresa havia informado um prejuízo de R$ 9 milhões. 

 

Iguatemi

100% - É o percentual de desdobramento das ações da administradora de shopping centers, que ocorrerá na razão de duas ações novas para uma antiga.

 

 

 

 

Pelo mundo


HP cai ao menor nível em dez anos

 

A estratégia de Meg Whitman, CEO da HP, de apostar em equipamentos multitarefa e no mercado empresarial não agradou. Ao anunciar os resultados, na quarta-feira 3, as ações fecharam a US$ 14,37, o menor nível, desde novembro de 2002.

 

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Telefônica vai abrir capital da subsidiária alemã

 

A Telefônica confirmou que prepara a abertura de capital da sua empresa alemã, a O2. O processo deve ocorrer neste ano e as ações serão negociadas na bolsa de Frankfurt. 

 

 

 

 

Laticínio chinês planeja IPO de US$ 600 milhões

 

A maior produtora de lácteos do nordeste da China, a Huishan, pretende abrir seu capital na bolsa de Hong Kong, em 2013. A empresa pretende captar US$ 600 milhões.

 

 

 

 

Personagem


Weg quer quadruplicar receita

 

A catarinense WEG almeja chegar em 2020 com um faturamento de R$ 20 bilhões, quatro vezes mais do que fatura hoje. O caminho passa por aquisições fora do Brasil, diz Laurence Beltrão Gomes, diretor de finanças e de RI, que falou com a DINHEIRO:

 

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Laurence Beltrão Gomes, diretor de RI: “Endividamento

baixo ajuda a empresa a crescer”

 

Como a WEG pretende quadruplicar o faturamento até 2020?

Nossa estratégia tem três pilares: a defesa do nosso portfólio, a entrada em novos segmentos e a expansão internacional. Nosso objetivo é abrir novos mercados e aumentar o poder de fogo em países onde somos pequenos. Nossa estrutura de capital permite entrarmos em um novo mercado de uma forma muito rápida.

 

A empresa planeja lançar ações para financiar essa expansão?

Não. Preferimos aproveitar nosso endividamento reduzido — o equivalente a 50% da nossa geração de caixa, medida pelo Ebitda — e lançar bônus internacionais, para aproveitar os juros baixos.

 

Em um ano e meio, a WEG fez dez aquisições. Esse ritmo deve continuar?

Sim. Um terço da nossa meta de faturamento de R$ 20 bilhões dependerá de novas aquisições. Temos cinco unidades de negócio e todas têm um programa de compra de ativos. Queremos ficar cada vez mais internacionais, desde que as empresas incorporadas agreguem, de fato, valor ao nosso negócio.

 

Quais são os países-alvo para a empresa?

O país não importa muito, o que analisamos é o tamanho do mercado. Nos países desenvolvidos, o mercado consumidor é maior. Já nos países menos avançados, a vantagem é que o custo é mais baixo. Mas a desvantagem é a ausência de tecnologia.

 

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Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira