Dia da Amazônia sem nada a se comemorar. No calendário de datas especiais há algumas criadas com objetivos comerciais como o Dia dos Namorados. Outras que misturam o interesse econômico com homenagens, como o Dia das Mães. Já há uma terceira categoria que serve para que diversos agentes da sociedade unam esforços e falem ao mesmo tempo sobre uma questão que merece atenção especial. Neste grupo está o Dia da Amazônia.

Neste 5 de setembro há pouco o que se comemorar e muito a se discutir e cobrar. Os assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira, a invasão de garimpeiros e os 10.781 km² de floresta desmatadas entre agosto de 2021 a julho de 2022, o maior índice em 15 anos, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, são alguns dos fatos que acontecem nos mais de 5 milhões de Km² de floresta no Brasil. Crimes que mostram a miopia institucional dos governantes que olham para a região como uma barreira ao desenvolvimento de uma economia ultrapassada, em vez de mirar o futuro.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1289 da Revista Dinheiro)