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O dia em que o Lehman Brothers quebrou

 

O 15 de setembro de 2008 representa para o mercado financeiro global o mesmo que o 11 de Setembro de 2001 significou para transformar o mundo. O centenário Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimento dos EUA, quebrou. Depois de intermediar a venda do Bear Stearns, em março, para o gigante J.P. Morgan, utilizando dinheiro público para saldar o rombo, o governo americano recusou-se a socorrer o Lehman, no que é hoje considerado um dos maiores erros de política econômica da história. 

 

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Quem será o próximo?: no fatídico 15 de setembro, manifestante protesta em frente

à sede do Lehman Brothers, em Nova York

 

A falência do Lehman caiu como uma bomba sobre os mercados globais e, como um dominó, ameaçou a sobrevivência da maior seguradora do mundo na época, a AIG. A seguradora e o gigante Citigroup foram socorridos pelo governo com empréstimos e participação acionária. Enquanto anunciavam balanços com perdas bilionárias, outros bancos eram vendidos a toque de caixa como a Merrill Lynch, para o Bank of America, e o Wachovia, para o Wells Fargo. Dos bancos de investimento tradicionais, só sobraram o Goldman Sachs e o Morgan Stanley. As perdas foram estimadas em US$ 4 trilhões só nos EUA, que até hoje sofrem as consequências da recessão. A crise atual na Europa não é mera coincidência.

 

 

 

 

Mantega e a marolinha brasileira

 

O tsunami que atingiu os mercados mundiais chegou ao Brasil na forma de uma “marolinha”, na definição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Só não se transformou em uma onda gigante graças à estratégia do ministro da Fazenda, Guido Mantega, baseada na redução dos juros e dos impostos sobre bens duráveis e, principalmente, na orientação para que os bancos estatais acelerassem o crédito – enquanto boa parte das instituições privadas estava colocando o pé no freio. Essas medidas foram decisivas para a retomada do crescimento. Em 2009, o PIB brasileiro caiu 0,2%, mas cresceu 7,5% no ano seguinte. Em 2012, a estratégia de incentivo ao consumo não surtiu o mesmo efeito e o governo Dilma passou a incentivar também o investimento.

 

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A bolha imobiliária estourou

 

A crise do subprime nos Estados Unidos repercutiu, forte e negativamente, sobre o mundo. Os subprimes incluíam, principalmente, empréstimos imobiliários a clientes sem comprovação de renda e com histórico de crédito ruim, que honravam suas dívidas mediante novos empréstimos, que eram concedidos por conta da alta valorização imobiliária na época. A queda nos preços dos imóveis e a desaceleração econômica provocaram inadimplência em massa, numa espiral que só contribuía para deprimir ainda mais os preços. Algumas regiões nos Estados Unidos ainda não se recuperaram. Hoje, brasileiros endinheirados são grandes compradores de imóveis em Miami.

 

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Sim, ele pode

 

O democrata Barack Obama se consagrou, em novembro de 2008, como o primeiro presidente negro dos EUA. Herdou de seu antecessor, o republicano George W. Bush, a maior crise econômica desde os anos 1920 e um déficit de US$ 428 bilhões. Em quase quatro anos, Obama socorreu a indústria automobilística, à beira da falência, e trabalhou para recuperar a combalida economia de seu país. Nos quase quatro anos de seu governo, a economia cresceu em três deles, mas ainda está longe de mostrar a antiga pujança da locomotiva que movia o mundo. Em 2012, Obama tenta a reeleição contra o republicano Mitt Romney. 

 

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O grande golpe

 

Bernard Madoff passou de premiado gestor de fundos a operador da maior fraude da história. Ele desviou US$ 50 bilhões de seus investidores, montando uma pirâmide financeira. Foi condenado a 150 anos de prisão.

 

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Ele quer briga

 

A Azul Linhas Aéreas, do empresário David Neeleman, começou a operar, acirrando a disputa com tam e gol. Em apenas quatro anos, ela conquistou 10% do mercado. em 2012, anunciou a fusão com a Trip.

 

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A fusão de meio trilhão

 

Em uma época na qual os bancos internacionais quebravam, o Brasil mostrou a solidez de seu sistema financeiro com a fusão do Itaú, das famílias Setubal e Vilella, com o Unibanco, do clã Moreira Salles. Na época, a união das duas casas bancárias, comandadas por Roberto Setubal (à esq.) e Pedro Moreira Salles, criou o maior banco do Hemisfério Sul, com ativos de R$ 575 bilhões. O Banco do Brasil recuperou a liderança em 2009.

 

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Corrida dos investimentos

 

No 11o ano da DINHEIRO, a bolsa perde todos os ganhos de 2007. O CDI e o ouro lideram o ranking.

 

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Entrevista do ano


“O etanol do Brasil é o melhor”

 

O ex-presidente americano Bill Clinton defendeu o etanol brasileiro, em entrevista à DINHEIRO, em Nova York:


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O etanol brasileiro é o culpado da alta nos preços dos alimentos?

Não. O etanol brasileiro é o melhor de todos. Sou um grande fã do etanol de cana brasileiro.

 

O que está causando a alta dos preços de alimentos no mundo? 

O crescimento da população, a seca, as mudanças climáticas. A explosão dos preços dos alimentos tem mais a ver com o consumo de comida do que com a produção do etanol.

 

Como resolver essa questão?

Podemos melhorar dramaticamente a produtividade e a agricultura sustentável nos países mais pobres. E temos de eliminar barreiras comerciais entre as regiões. Assim, poderemos obter mais produtividade com menos gasto de energia. Os preços da energia é que estão aumentando os preços dos alimentos. E há mais bocas para comer, a renda está aumentando.