26/09/2012 - 21:00
O senhor IPO
O empresário Eike Batista, presidente do grupo EBX, se tornou um dos mais emblemáticos personagens da corrida de empresas à bolsa de valores. Em 2007, ano em que 64 companhias estrearam no mercado brasileiro de ações e captaram o recorde histórico de R$ 55,7 bilhões, Batista abriu o capital de sua divisão de energia, a MPX, e levantou R$ 2 bilhões. Um ano antes, com a MMX, de mineração, captara cerca de R$ 3,5 bilhões.
Eike Batista, em entrevista à DINHEIRO, sobre o tombo de suas ações
na bolsa: “Vamos ver quem vai rir por último”
Desde então, todas as empresas do mundo xis – como a companhia de logística LLX, a petroleira OGX e o estaleiro OSX, – seguiram o mesmo caminho. Batista colocou quase R$ 10 bilhões nos cofres de seu grupo. Atualmente, Eike não vive um caso de amor com o mercado de capitais. Neste ano, sua fortuna diminuiu em R$ 5 bilhões, por conta da queda das ações de suas companhias, em especial da OGX, cujos papéis perderam mais de 50% do valor, acompanhando um processo de desvalorização que afetou os setores imobiliário, aéreo, de energia e mineração.
Até a Bovespa entrou na dança
Embalada pela euforia nas bolsas de todo o mundo, a Bovespa abriu seu próprio capital no dia 28 de agosto. Foi uma estreia e tanto: mais de 50% de valorização no primeiro pregão, reflexo do interesse de investidores locais e internacionais. A captação da Bovespa, de R$ 6,6 bilhões, a maior do Brasil naquele ano, foi a quinta maior do mundo. O ranking global, em 2007, foi liderado pela Petrochina, que levantou US$ 8,5 bilhões em novembro, na Bolsa em Xangai. Em 2008, a Bovespa fundiu-se com a BM&F e passou a ser dirigida por Edemir Pinto (à dir.). A nova bolsa domina os mercados de ações e derivativos no brasil até hoje, mas trabalha com a hipótese de ter concorrência local no futuro.
A mãe do PAC
“A Dilma é uma espécie de mãe do PAC”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, referindo-se ao Programa de Aceleração de Crescimento, lançado em janeiro de 2007.
Foi comandando o ambicioso projeto, que previa investimentos de mais de R$ 500 bilhões nos setores de transportes, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos, que a então ministra da Casa Civil foi capaz de se projetar no cenário político, credenciando-se assim para ser a candidata do PT à sucessão do próprio Lula.
El mariachi bilionário
O empresário mexicano Carlos Slim superou o americano Bill Gates e com uma fortuna de US$ 59 bilhões, se tornou o homem mais rico do mundo, posto que mantém até hoje.
A fome do Leão
Com a criação da Super-Receita, que unificou a Receita Federal e a Receita Previdenciária, os contribuintes passaram a ter de prestar contas para uma única repartição, facilitando o combate à sonegação.
O céu e o inferno de Murdoch
O empresário australiano Rupert Murdoch é temido e respeitado, como a maioria dos magnatas da mídia. O dono do grupo News Corp ficou conhecido pelas suas tacadas ousadas. Uma delas foi a compra da Dow Jones & Company, dona do tradicional jornal econômico The Wall Street Journal, por US$ 5 bilhões, em 2007. Mas seu império começou a ruir com o escândalo das escutas telefônicas clandestinas do tabloide News Of the World, no Reino Unido. O episódio enterrou a credibilidade de Murdoch e abalou seu império de comunicação.
Corrida dos investimentos
No 10o ano da DINHEIRO, a bolsa acompanhou a empolgação de abertura de capital das empresas brasileiras e aproximou-se do CDI.
Entrevista do ano
“No Brasil, existem muitos plantonistas da derrota”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala à DINHEIRO durante o processo de concessão das rodovias federais:
Como o sr. avalia os resultados do leilão de estradas?
É fantástico. Isso mostra que o Brasil mudou.
Quando a ministra Dilma Rousseff adiou o leilão e reduziu a margem de lucro, muita gente dizia que não haveria interessados. O que mudou?
No Brasil, existe muito do que eu chamo de plantonistas da derrota. É aquela gente que vive dizendo que nada nunca pode dar certo. Fizemos um processo de concessão bem planejado e melhor do que o governo anterior.
O sr. pretende privatizar mais?
O que houve foi uma concessão. E, se outras estradas vierem a ser leiloadas, isso será feito sempre com critério.
Por mais que o sr. negue, muita gente ainda acredita que o sr. tentará um terceiro mandato.
Não existe essa possibilidade.