11/07/2012 - 21:00
Numa economia em transformação acelerada como a brasileira, poucos setores sofreram uma reorganização tão importante quanto o varejo, nas últimas duas décadas. Dominado por grupos familiares nacionais, onde se destacam sobrenomes como Diniz e Klein, em São Paulo, Sendas, no Rio de Janeiro, Oliveira, no Rio Grande do Sul, Paes Mendonça, na Bahia e em Pernambuco, o comércio de alimentos e de eletrodomésticos, bem como o de material de construção, passou por um processo de concentração e de internacionalização poucas vezes visto ao redor do mundo, num tão curto espaço de tempo. Redes como Bompreço, Real, Arapuã, G. Aronson, Mappin, Ponto Frio, que durante décadas detiveram generosas fatias das vendas, foram ficando pelo caminho, mudando de nome, sob o comando de novos donos ou simplesmente fechando as portas.
Quando a DINHEIRO surgiu, em 1997, por exemplo, o grande personagem dos negócios perfilado em sua edição de estreia foi Ricardo Mansur, que dois anos depois assistiria à quebra das lojas Mappin e Mesbla. O ex-rei do varejo jamais reergueu seu império e permanece como um ícone das mudanças ocorridas no mercado desde então. A grande virada só foi possível há 18 anos, quando o Plano Real pôs fim ao ruído frenético das máquinas de remarcação de preços, permitindo a consolidação de grandes grupos e a entrada de estrangeiros como o Walmart, em 1995, que veio se juntar ao pioneiro Carrefour, que desembarcou em 1975. Em 1999 foi a vez do Casino, quando comprou uma fatia inicial de 25% do Pão de Açúcar, seguida de um nova rodada de compra de ações em 2005, na qual o grupo francês adquiriu o direito de assumir o controle da maior empresa varejista brasileira, exercido no dia 22 de junho passado.