Quinze anos atrás, quando os primeiros exemplares da DINHEIRO chegavam às mãos dos leitores, a indústria farmacêutica nacional parecia ameaçada pelo avanço dos laboratórios estrangeiros, que dominavam o mercado local. Parecia. Um intenso ciclo de fusões e aquisições, somado ao início do processo de fabricação de medicamentos genéricos, a partir de 1999, não apenas fortalecer as empresas como também transformou o País em um mercado ainda mais sedutor para as companhias de fora. Não por acaso, essa fórmula fez o faturamento do setor quintuplicar no período – de R$ 8,5 bilhões, em 1997, para R$ 43 bilhões, no ano passado. E o que já parece bom deverá ficar ainda melhor nos próximos anos. Segundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o País tem tudo para subir da oitava para a quinta posição, ainda neste ano, no ranking dos maiores mercados mundiais de medicamentos. 

 

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Até 2016, assumirá a quarta colocação. “Se continuarmos no atual ritmo de crescimento, fecharemos o ano com expansão de 15% a 18%”, diz o presidente da Interfarma, Antônio Britto. Parte desse otimismo pode ser atribuída à criação da BioNovis. Trata-se de uma empresa com capital de R$ 500 milhões criada por iniciativa dos laboratórios brasileiros EMS, Hypermarcas e União Química, com apoio do governo, por meio do BNDES, para pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia em medicamentos – a nova grande aposta do setor após o advento dos genéricos. “Este é o projeto mais importante que o Brasil já fez na área farmacêutica e deve, nas próximas duas décadas, se transformar na maior empresa da área de medicamentos do País, com forte atua­ção global”, afirma Odnir Finotti, presidente da BioNovis e ex-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos).