Em 2007, quando a Petrobras descobriu na Bacia de Santos jazidas de óleo e gás em águas profundas e abaixo de uma espessa camada de sal, o Brasil deparou-se com a oportunidade de mudar as perspectivas de seu desenvolvimento econômico. As reservas brasileiras de petróleo somavam 13 bilhões de barris. Com os campos do pré-sal, que ainda estão sendo avaliados, estima-se que as reservas somarão entre 60 bilhões e 90 bilhões de barris, o suficiente para colocar o País entre as oito maiores potências petrolíferas. O petróleo nem sempre foi fonte de boas notícias. Em 1973, quando os xeiques árabes da Opep dispararam o preço da commodity no primeiro choque do petróleo, o País, grande importador, sentiu o baque que viria a comprometer o chamado milagre econômico. Em 1979, o segundo choque nos preços motivado pela revolução iraniana exacerbou a crise da dívida externa dos países em desenvolvimento. 

 

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Os dois episódios deixaram pelo menos um legado positivo. Foi a partir deles que o Brasil passou a apostar firmemente na exploração de petróleo em águas profundas, com o desenvolvimento de tecnologias de robótica, sensoriamento remoto e perfuração horizontal. O esforço deu resultado. Em 1997, quando a DINHEIRO chegava às bancas pela primeira vez, a Petrobras ultrapassava a barreira de um milhão de barris diários produzidos. Em 2000, veio o recorde mundial: a extração de petróleo a 1.877 metros de profundidade. A entrada em operação da plataforma P-50, na Bacia de Campos, em 2006, levou o País à autossuficiência, com uma produção de dois milhões de barris por dia. Uma meta acalentada desde 1953, quando o presidente Getúlio Vargas criou a Petrobras, na esteira da memorável campanha nacionalista “O petróleo é nosso”.