20/06/2012 - 21:00
Poucas atividades podem comemorar efusivamente a guinada econômica dada pelo Brasil, nos últimos anos, como o agronegócio. Se o País conquistou papel de destaque no cenário global, conseguindo se descolar dos piores efeitos da crise deflagrada em 2008, isso se deveu em grande medida à terra em abundância e ao clima favorável para plantar e para vender os produtos primários que abastecem todo o mundo. O efeito positivo da cadeia agrícola, responsável por um terço dos empregos e por 22% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, pode ser medido pelo peso das exportações, que chegaram a US$ 95 bilhões no ano passado, o equivalente a 40% de tudo o que o País vendeu lá fora. O resultado recorde fez com que o desempenho da balança comercial da agricultura fosse o melhor desde 1997, ano em que a DINHEIRO circulou pela primeira vez.
Esse marco é fruto de um longo ciclo de avanços tecnológicos que colocaram os produtores brasileiros entre os mais eficientes do mundo. A produtividade de alguns dos principais itens da pauta de exportação brasileira, como soja, milho, algodão e arroz, crescerá a uma média anual de 11% até 2022. Mas, para se consolidar como potência mundial no campo, o Brasil ainda tem de enfrentar algumas intempéries. “Dentro da porteira a nossa competitividade já é de Primeiro Mundo”, afirma o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. “O problema é da porteira para fora, com custos de logística que encarecem os nossos produtos.” O desafio é grande, mas o mercado está otimista. O Ministério da Agricultura prevê que em 2012, pela primeira vez, o agronegócio ultrapassará a marca dos US$ 100 bilhões em exportações, colocando o Brasil em um novo patamar no mercado mundial.